quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Senhora dos Milagres

Tenho ouvido, lido ao longo de minha nobre, porém simples existência a demonstração de milagres atribuídos a deuses, santos, sacerdotes e até discípulos de alguma crença. Na minha concepção, pouca, mas que me basta, somente presenciei 3 milagres vindo de um só ser humano, minha mãe.
Esta sim uma Senhora dos milagres, pois não há milagre maior do que a vida. Não somente a sua mera concepção, tão desvendada em sua origem, mas a formação silenciosa e extremamente cuidadosa da vida. Nesse aspecto sobram somente elogios a minha Senhora dos Milagres, pois conseguiu em um mundo tão danado de tentações formar seres condignos da existência humana.
Meu pai, ser de extrema grandeza, contribuiu decididamente para esse milagre, pois diferente dos outros milagres existentes desse mundo, esse não é individual, não pertence a apenas um ser. Hoje solitário, porém, não sozinho, contempla a existência que ajudou a viver. Mas ele saberá entender que este texto merece uma parte apenas a uma das caras metades.
Bravo pelos seus milagre, bravo pela sua honestidade incontestável e valor pela vida e acima de tudo vontade de construir almas.
Obrigado mãe.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Monólogo com Deus

(Tudo bem, tudo bem. Depois de um longo intervalo eu voltei (não que isso seja digno de nota), mas aqui estou. Abaixo um textículo tirado de não se sabe onde e possivelmente de um personagem que teima em falar com Deus. Por isso é um monólogo).
Ok sei que essa vai ser uma conversa difícil. Você, e eu vou lhe chamar por TU, (ele detesta que o chamem por você, é muito informal) sabe o quanto as nossas conversas não tem sido um esplendor de conversação. É sempre eu falando loucamente e tu apenas uivando soltando folhas ao ar. Mas convenhamos, nós nunca tivemos uma relação muito boa.

Sempre existiram desconfianças de ambos os lados. Eu desconfio de ti e é lógico que a recíproca é verdadeira. Os samaritanos iriam dizer: "Nãããããão, Deus sempre confia em nós!" Balela! Nós dois sabemos que não é bem assim (desculpe eu te usar como um singular, faz parte para um bom entendimento do texto). Nós falamos, falamos, falamos e tu aí nessa armadura impenetrável, dono de si. Tem suas falhas, eu sei, você já me disse isso antes, mas tenta concertar, vai ver que é por isso que acham que somos sua imagem e semelhança.
Mas veja só, aqui estou eu conversando contigo em um monólogo desapropriado para a linguagem, e você aí, no seu altruísmo. Não pense em salvar o mundo. Nós somos responsáveis por ele, lembra? Nós somos tu, ou tu és nós. No findar dessa conversa vais permanecer aí. Sei, sei que não estás aí, mas aqui, em cada um de nós.
Diga alguma coisa, sopre algum vento, deixe cair alguma folha, um pingo de chuva. Ta bom, sei que é exigir demais de ti, até porque eu nunca falei contigo, sempre falei comigo mesmo.
Agora com sua licença, eu vou beber um pouco e ver se existe alguma compreensão do mundo em no fundo de um copo. Até.

quarta-feira, 17 de outubro de 2007

Guerra Civil 4 - Uma divisora de águas



Para quem leu sabe. Além de ser a mais vendida no período, Guerra Civil 4 é um divisor de águas no que se refere a imagem que tínhamos dos heróis Marvel. Poucas revistas tiveram o prazer de ser lidas e relidas diversas vezes por mim. Isso se deve não pela morte de um herói, que cá entre nós nem fazia parte dos grandes (aqui no sentido figurativo) da Marvel, mas pela carga dramática e pelo envolvimento de outros mitos da empresa estar envolvido na morte seja ela de forma indireta ou não.
O fato é que passamos a ver alguns heróis de forma diferente do vimos até então. Estes jogados na vala comum do fascismo. Apartir dessa edição alguns heróis não serão mais vistos como eram antes dessa crise que abala, sem sobra de dúvida, todos os que acompanham a Marvel a algum tempo, como eu por exemplo. Sempre tínhamos nas leituras que acompanhávamos uma noção do tipo de justiça que cada grupo de personagens fazia. Formas e modo de atuar em determinadas situações fazia com que nós soubéssemos identificar cada herói.
Por isso que essa revista significa um modo diferente de "ver" nossos personagens preferidos. Era fato notório que um grupo seria levado para um lado sem volta, mas a forma como isso foi feito assusta e ao mesmo tempo intriga os leitores. Acompanho a Marvel a mais tempo que minha memória possa lembrar, e hoje tenho certeza que irei ler com outros olhos esses personagens.
Me lembro o que significou a morte de Gwen Stacy (o fim da era da inocência). Guerra Civil representa o fim da palavra heroísmo como estávamos acostumados a ver. E tudo isso está lá no número 4 com o retorno, ou o quer que chamem, de Thor.
Mas a Marvel é a Marvel, vá que tudo isso não passe de uma... sei lá, como leitor de quadrinhos sei que esse universo é cheio de surpresas, esperamos que se mantenha o que está feito, seja na escrita como na posturas de personagens como Tony Stack e Reed Richard

terça-feira, 9 de outubro de 2007

Revista Putz digital e on - line



Como se não bastasse uma revista digital com uma leitura extremamente dinâmica e ágil. Agora essa revista está on - line. Sim. Você pode ler a revista por um site:



A idéia surgiu da dificuldade de ter acesso a revista por um maior público. E o Thiago, como não queima mufa (cabeça prá quem não sabe) a toa, depois de uma conversa comigo, teve a idéia de ter um blog. Ou seja, uma revista mesmo com a proposta de um blog. O interessante é que o próprio blog (isso tá repetitivo de mais, blog, blog, blog) tem essa proposta, portanto se encaixando perfeitamente a idéia da revista. Agora você pode ter acesso direto sem precisar baixar a revista para ler ela inteira. Se bem que vc, caro leitor, vai querer baixar as matérias e as histórias em quadrinhos pois são de uma qualidade impecável. Ou seja, não tem mais desculpa entra lá e dá uma lida. É legal e com certeza alguma coisa você vai achar a tua cara. Leiam esse nome: Thiago Krening. Esse cara vai dar o que falar.



quarta-feira, 5 de setembro de 2007

Putz, é uma revista!!!



Chegou a revista PUTZ. Idealizado pelo meu amigo Thiago Krening. Ela é uma revista como poucas, ou talvez nenhuma. Com um ar clássico envolvendo rock, quadrinhos, e textos críticos (um deles escrito por mim) e uma interatividade da melhor qualidade.
De cara você vai entrar no mundo dos Quadrinhos, três histórias em quadrinhos muito bem desenhadas e jogadas na tela de forma impecável. Terror, nostalgia e muito rock são os ingredientes das histórias.
Logo a revista nos leva (sim ela nos leva) ao mundo da escrita descomprometida com o ritual clássico, mas carregando em si os sentimentos dos escritores sobre seus temas que não poderia ser outro senão quadrinhos no cinema e Indiana Jones, este último mostrando a percepção do nosso realizador sobre obras que fizeram a sua cabeça (ou não).
Também tem uma curta premiada em três categorias no 6° Santa Maria Vídeo e Cinema. Simplesmente imperdível. Uma obra e tanto, digna de seu criador, meu amigo Thiago Krening.
Onde achar? dá uma olhada no "dá uma olhada e vê se rola". Sim e rola mesmo. Taí o link: http://desenhismos.blogspot.com/

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Começa a Guerra Civil



Começa a Guerra Civil. O mais esperado evento da Marvel dos últimos anos teve início aqui no Brasil no mês passado, mas os leitores já vinham percebendo há algum tempo uma estranha sensação de intranquilidade nos quadrinhos.
A ida do melhor roteirista da Marvel (se não dos quadrinhos) atualmente Brian Bendis para os Vingadores demarcou o início de uma nova fase não somente para os maior grupo de heróis mas para todo o universo Marvel. A Queda, como foi intitulada, deu uma nova visão para os poderes dos heróis. Tudo bem, alguém pode dizer que só morreu heroisinho de quinta (de fato é), mas o resultado dessa saga é sem sombra de dúvida a Guerra Civil.
Os demais eventos que seguem, como a Guerra Secreta, Extremis ( aquele arco que uma arma biológica infecta Tony Stark), a fuga da balsa e Dinastia M, somente aprofundam as rusgas que chegam agora a esse evento da Marvel.
Tudo, absolutamente tudo parece estar estranhamente relacionado. Desde a loucura de Vanda passando pela queda de Nick Fury e a fuga misteriosa ocorrido na Balsa, chegando a infecção de Tony Stark. A naturalidade com que antes os poderes dos heróis podiam ser vistos como algo benéfico para a humanidade, agora parecem estar relacionadas a destruição que estes mesmos podres podem causar. Algo está por trás de tudo isso, não parece natural, esses eventos estão muito bem relacionados para ser uma mera cascatas de eventos.
O fato é que o resultado de tudo isso sem sobra de dúvidas é a luta de dois lados. Um representando os antigos ideais heróicos e outro uma nova forma de atuar. O primeiro remonta uma era onde os feitos heróicos estavam acima de interesses individuais (isso lembra muito robin Hood), o segundo reorganiza isso e leva os heróis a uma nova concepção de heroísmo ligada a interesses de governo. Portanto, vemos hoje uma luta entre o herói clássico, o vigilante mascarado pelo altroismo mítico e o herói dentro de uma concepção realista do mundo contemporâneo. É uma luta, sem sobra de dúvidas, entre concepções de heróis.
Portanto, ao que parece, aguardem muito mais que luta física, mas também moral, ideológica. Levando ao leitor muito mais do que apenas diversão gratuita. Uma concepção de leitura que nos faz pensar, elevar nossos conceitos de concepção de mundo.
Os Quadrinhos mostram mais uma vez que não são apenas desenhos jogados em meio ao vazio de uma tela branca. Dá a sua contribuição para o aprimoramento da leitura. Se isso se comprovar, a Marvel estará de parabéns.
É ler para conferir.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

30 anos sem Elvis - Vida longa ao Rei


Começar a escrever sobre 30 anos sem Elvis é uma tarefa nada fácil. Posso relembrar aos fãs a importância que ele teve para o rock ou para o mundo, etc, etc, etc. Ficaria aqui horas a fio para exaltar o Rei do Rock. Para mim Elvis teve uma importância singular.
Aos três anos de idade (pouca idade para muita memória) ou até um pouco antes que isso (pois se sabe que neste período a idade faz pouco em relação a memória) conheci a música e os filmes de um cara topetudo de uma voz retumbante. Era Elvis. Me acostumei a ver na televisão ou rádio um mito em ascendência (eu achava que era). Este costume tornou-se reverência. Descobri a televisão. Descobri a música. Descobri Elvis Aaron Presley.
Essa mesma descoberta do mundo para uma criança veio junto com uma notícia: Morre Elvis Preley. Lembro como se fosse hoje (se bem que foi a trinta antos). Me recordo de absolutamente tudo. Da notícia ao enterro, das músicas durante a trasmição, logo depois dos filmes de homenagem ao rei. Chorei, sim, chorei, pois talvez de forma inconsciente tinham tirado de mim aquela descoberta do rock. É claro que não tinha a menor noção do que estava acontecendo tanto que quando passaram o filme em sua homenagem por ver o rei na tela achava que não tinha morrido, pois ele estava ali na tv (mal sabia sobre gravações).
Descobri enfim o rock, que iria me acompanhar até os dias de hoje, anos depois um cara de uma banda famosa era assassinado em Nova York

terça-feira, 31 de julho de 2007

Thibirciu's Bar - Segunda Parte de Bares, bares, bares...

Thibirciu's Bar. Nome sugestivo, a logo é outra história. "E , thib" cumprimento ele. "O que é para hoje Yeshua?". Ele sempre me chama por esse nome. Estou mais para o nome do irmão do Hôme, mas é assim que ele me chama talvez uma alusão aos meus cabelos longos e barba preta (vai saber?). "Você sabe, o de sempre". Respondo a ele. "Então senta no teu canto de sempre que já sai uma rodada da gelada". "Belê."
Sento e aguardo o primeiro gole. Uma nova euforia toma conta de mim. O primeiro gole de ceva é rejuvenescedor.
Depois da quinta o movimento começa a fluir (geralmente começa pela oitava). Dá para notar que a noite começa a se movimentar em cadências etílicas. As mesas começam a criar formas de gente, as mesas de bilhar logo estão disputadas taco a taco.
Do meu outro lado visualizo Camile, uma sensual e fogosa mulher ( se bem que é pouco adjetivo para muita mulher). Ela se encosta em uma das mesas de bilhar. Reclina-se para tacar, poucos atrevem-se a ver por muito tempo tamanha beleza. Mas eu posso, sou o melhor amigo do namorado dela chamado de Rei, eu o chamo simplesmente de Fonseca. Ele é um cara extremamente corpulento e alto. Simplesmente um gigante. Usa sempre seu cabelo desgrenhado e uma barbicha que circula a sua boca que ele teima em me dizer sempre que é um cavanhaque. Sua camiseta com figuras estilosas, uma calça jeans detonada e um tênis completam o quadro. Ele joga com Camile sem se importar com os outros, os outros que tem que se importar com ele.
Ele sorri para mim. Seu sorriso aberto e franco me chamam para o jogo. Hora do segundo tempo.
Continua...

terça-feira, 24 de julho de 2007

Bares, bares, bares

Estou escrevendo um texto com base no que o Gustavo desenhou. O personagem principal é o "Thiago". Optei por textos curtos pois além da carga de trabalho que estou espero dar tempo para o Gustavo trabalhar nas histórias. Boa leitura.



Espero a grade abrir. Sei que cheguei cedo, mas também saí cedo do trabalho. Alí na calçada uma inquietação me toma conta. Me escoro na parede do bar. Lá dentro ouço o arrastar das mesas, o tilintar dos copos. Em fim, a casa sendo arrumada para a noite.
São 7:00 horas da noite, nestas horas apenas caras como eu se empolgam com uma cerveja. Até porque é terça e a semana começou ontem.
A grade levanta eu absorvo aquele novo momento como se um universo se abrisse diante de mim. Novas pessoas, novas histórias, bares, bares, bares. Um frio corre as pela minha espinha.
Lá estão eles, todos os móveis dispostos de forma que o ambiente torna-se agradável. Logo a minha direita está uma mesa antiga, ressurgida de um filme de Humphrey Bogart, um pouco adiante da entrada o balcão com o seu clássico baleiro. O sr. Thibircio me espera com aquele sorriso preso por traz dos óculos, também aquele paninho branco (pelo menos agora, no fim da noite é uma cor incógnita) por cima do ombro. Thibircio lembra muito o Fera dos X-Men. Devido ao seu tamanho e com certeza o volume de pelos que escapam pela gola e manga da camiseta com a marca do seu bar...
Continua

sexta-feira, 29 de junho de 2007

Soturno - Segunda Feira - Primeiras Horas - Parte III

Alguém aí deve estar pensando: Cara frio, calculista, insensível, etc, etc, etc... Porém o que faço não é nada mais que preserva - la de uma frustração futura, de machucar seus sentimentos e óbvio, o meu. É uma espécie de uma preservação, tanto minha quanto para elas (sim elas, Lucilie não é a primeira). Penso muito nisso quanto tomo atitudes como essas, alguns segundos, é claro, mas penso.
A chuvinha amiúda torna-se torrencial. Estou sem guarda - chuva. Vou pegar um táxi. Ponho a mão no bolso. Estou sem dinheiro. Me surge um punhado de dinheiro que dá para o ônibus. Um motorista desvia do seco e atinge a poça de água. Ela é exatamente do meu tamanho. Vou ter que passar em casa para me trocar. Vou me atrasar para o trabalho. Nada como começar o dia com o pé esquerdo.
Subo no ônibus. Sento. Olho para a rua em um horizonte sem nada gravar a não ser os pobres coitados que desavisados, como eu, esqueceram alguma proteção para a chuva. O ônibus para. Neste momento sobe um grupo de mulheres no ônibus. Todas deslumbrantes, quase todas belas. Quase, uma delas é a desengonçada da turma, acima do peso (embora não saiba disso devido as curtas roupas) cabelo irregular, sorriso metálico e uma boca tendo o lábio inferior infinitivamente maior que o superior. E adivinhem onde ela senta? Exatamente. Ao meu lado.
Chego em casa. Tomo um banho rápido, enquanto ligo para Marta e digo que vou me atrasar. Decido ir de carro, vou até o estacionamento e lá está ele meu Menfis Blues. Azul metálico, aconchegante, sóbrio. Porque eu não saí com ele ontem a noite? Ah, sim, ficaria muito bêbado para dirigir minha vida, quando mais Menfis Blues. Nestes momentos que são importantes as mulheres de carro. Elas nos levam para as suas casas. O problema é a volta.
Chego no trabalho quase dez e meia. Hora do trabalho sério.
As primeiras horas se foram.

EM BREVE: TRABALHO.

quinta-feira, 31 de maio de 2007

Soturno - Segunda Feira - Primeiras Horas - Parte II

A chave, a chave, onde ela deixa a chave? Só quero sair, ir trabalhar, ouvir o chefe me xingar, esse tipo de coisa. Nada de "bom dia amor, estou indo trabalhar" (com direito a enfeites de coraçãozinhos e florzinhas voando ao redor dos enamorados).
Onde está? Onde? Onde... Ops! Ouço um movimento na cama. Ela acordou.
- Onde você vai? - Sua voz soa muito mais do que uma mera pergunta. São nestes momentos que o se humano é supremo. Se sair de fininho não dá certo, alternativa B (sempre tenha uma alternativa b)
- Desculpe, amor - a parte do amor é proposital para dar uma amenizada na cobrança - Não queria te acordar você estava dormindo tão bem que seria uma injustiça contigo.
Voa um vazo em minha direção. Eu desvio. Estoura na porta. Por mais que algumas mulheres queiram ser enganadas, ainda existem algumas que não gostam muito (são bravas mulheres).
As chaves, no chão perto da porta, entre cacos de vasos, consigo achá-las. Ao fundo ouço, antes um som suave da voz romanceada se transformar em fúria realista.
Saio como fugido, calças posta, camisa se ajeitando às pressas. Pego o elevador. Ela mora no 18 andar. Entro sem olhar para tras.
Nesse momento, você leitor, deve estar se perguntando: E , qual o problema com ela? Era manca? Não, tinha um andar suave e esguio, cativante. Era vesga? Nunca, tinha olhos de mel e profundos, de certo modo brilhantes. Não tinha dentes? Tinha bafo? Também não. Quando sorria um mundo, inclusive eu, se entregava para ela. Então o que era? Muitas vezes, caro leitor, nos deparamos com a vida a dois, o mundo da cumplicidade conjugal, dormir na mesma cama, usar o mesmo sabonete, ter que recolher a toalha  sempre após o banho, compartilhar escovas de dentes. É, realmente não estou preparado para tanto sacrifício. E combinemos, com essa humanidade que aí está eu me junto a uma legião.
Lucilie. Bela Lucilie. Térreo. Desce.

terça-feira, 22 de maio de 2007

Soturno - Segunda Feira - Primeiras Horas

Oi! (sim, oi, assim seco, porque não é um bom dia) e hoje é um daqueles dias que não precisava existir: Segunda - Feira. A terça tem muita sorte, se não existisse a segunda ela seria a responsável pelo maior mau humor coletivo de cada início de semana. Além do mais é maio, e por mais que digam ser outono, o frio não deixa de ir embora. Cai uma chuvinha miúda que aparece só para molhar caras como eu que tenho que trabalhar segunda 7:30 h.
Isso sem contar em Lucile, sim, Lucile, com esse "il" bem acentuado. Ela está aqui escondida entre as cobertas, mas seu perfume a denuncia. Em uma visão onírica me vejo flutuando em direção aquele perfume levemente adocicado com toque cheiro de pétalas de rosa. É uma pena, mas dificilmente eu verei ela novamente.
Ok, hora de levantar. Roupas pelo chão, uma linda peça da lingerie de Lucile sob o abajour e minha cueca logo na entrada da porta do seu apartamento. Tenho que perder essa mania de tirar a roupa antes delas. Perde todo o Glamour da sedução. Além do mais quem vai pensar nisso as 3:oo horas da madrugada com três litros de vinho e um de wisk na cabeça? Você pode até pensar que pensa, mas é só olhar a distribuição de roupas pelo chão e você descobrirá o óbvio: Você está mais louco por ela que ela por você. Pode acreditar. E isso lhe traí. E por isso não a verei mais.  Essas coisas são complicadas de administrar.
É preciso inverter os papeis, mostrar o seu poder de sedução. Tente. Você verá que dá certo. Tudo bem, tudo bem, eu sei que não vai ser da noite para o dia, mas a prática alcança a perfeição. Frase manjada? Mas funciona.
Certo, pare de pensar de filosofar e tente sair de um apartamento que nem é seu sem fazer barulho, você pode acordar a dona que ainda dorme...
Continua...

quarta-feira, 25 de abril de 2007

Conto das Histórias em Quadrinhos

Eu era um cara que tinha uma turma de amigos que adorava Histórias em Quadrinhos. Todos tinham, em algum momento de suas vidas, cruzado com as HQ's de forma a nos marcar definitivamente. Meus amigos sabiam desenhar como poucos e eu não.
Descobri que a escrita se ensinuava para mim de forma prazerosa. Portanto decidi escrever. A princípio por não saber desenhar e eu queria (e como queria) ser no mínimo igual aos meus amigos. Por isso escrevia.
Comecei a criar histórias que davam vida a muitos personagens que me parecia, algumas vezes, surreal. Pouco a pouco escrevi anjos em guerra pela tomada da razão e tombando perante o pecado, um cara chamado Soturno que tendo uma visão cômica da vida punia seus vilões de forma soturna, um grupo de Atacantes que buscavam defender um mundo distorcido por um louco chamado Rênio que jurava dizer que alterava a realidade. Também tinha um jovem ronin que viu sua família ser exterminada por uma luta de terras.
Tudo, absolutamente tudo estava ali no papel escrito a custo de uma curiosidade transloucada. Apenas escrito.
Foi então que descobri a noção exata da palavra amigo. Todos eles deram um aspecto visual a minhas criações. Quando as vi ali no papel desenhados, percebi como Fantasma era assustador, o quanto Soturno era poeta do cotidiano por representa-lo de forma tão imediata a sua vida e o quanto o jovem ronin era triste.
Transportar o que tinha escrito para o desenho e com sequências narrativas vivas em quadros me fez ver uma outra perspectiva dos Quadrinhos e também de meus amigos. Descobri que dos quadrinhos deveria seguir uma sequência sem trair nunca o leitor a quem lia. Quanto aos meus amigos, hoje longe deles, descobri sequencialmente temos que manter um ritmo de amizade que nos faz crescer e fazer com que o grande arco da vida feche como uma grande grafhic novel, sempre pronta para uma outra aventura.

Uma pequena homenagem a aqueles que fazem de meus arcos da vida uma sequência ineterrupta.

terça-feira, 10 de abril de 2007

Criando uma Cidade - Rênio, um homem de pouca fé

Rênio era um homem abençoado.
Havia recebido, segundo seus pais evangélicos, a graça divina de
alterar o seu mundo. Dádiva essa que fez com que ele começasse a fazer
pequenas alterações para o prazer do que seus pais o haviam ensinado.
pouco a pouco seu mundo foi se alterando em um paraíso divino, cheio de
ordas celestiais e com a presença divina (segundo o que lhes haviam
ensinado). Lentamente seus amigos formam mudando, suas brincadeiras
foram acabando e finalmente seu mundo setranformou em algo que não mais reconhecia.
Mudou,
tentou então recuperar o seu mundo perdido e ao tentar descobriu que
tinha refeito um mundo que apenas ele reconhecia, não seus amigos, ou a
boa gente da cidade. Todos atuavam segundo as suas lembranças. Percebeu que aquilo lhe pareceu falso (mas era ele que havia criado). Então, Rênio em grande fúria deixou livre a criação para terem seus próprios designos
, ele não era o Deus que seus pais haviam lhe dito, pesava muito sobre
ele o fato de que nenhuma realidade era a sua e ao mesmo tempo todas
eram. E assim esse mundo passou a existir, sujo, lindo, glorioso,
desgraçado.
Enquanto isso Rênio observa o mundo, não mais seu, e
fustigado por uma imensa dor interior jogou-se ao submundo sendo
encontrado em lugares escuros e sujos, bares imundos de gente que como
ele enlouqueceu pela pela sua própria mão. Hoje ele está em algum lugar
procurando alguém para salvar, não mudar sua vida, apenas brincar com
as possibilidades da realidade.
Foi assim que conheceu Sofia, uma mulher que em apuros viu Rênio jogado em uma sarjeta e quando tentava ajudá-lo foi atacada por três homens bêbados que lhe arracaram a roupa e quando a espancavam, Rênio acordou de um sõno
ébrio e quis brincar com os malfeitores. Primeiro sumiu com a perna do
mais alto que estava para dar um chute no rosto de Sofia, depois transformou
o gordo que tirava as calças em uma mulher de pouca roupa e beleza,
cheia de pelos. O último viu sua filha ali postada no chão e chorou
como um bebê no canto daquele beco fétido
Sofia que acompanhava a tudo viu Rênio ali no chão e então ela o abraçou em prantos. Rênio só teve tempo de vomitar e desmaiar nos braços da sabedoria.

terça-feira, 27 de março de 2007

Marias

Pedro Vellas é sempre encontrado nas sextas - feiras no bar da Dona Silma. É um ponto de encontros de pessoas de pouca visibilidade social e o lugar tem um ar pesado de mofo, ou seja um inferninho. Lá ele encontra velhos amigos de bar (embora, algumas vezes ele os considere gente de pouca inteligência).
Quase sempre senta com o Pedroso, amigo inseparável de bilhar, e desta vez não foi diferente. Depois de muitas bebidas e pouco papo. Pedro e Pedroso viram uma loira de boas proporções com um conhecido do futebol local. Alguém atrás deles disse:
- Lá vai a Maria chuteira!
Pedro olhou para seu amigo Pedroso e foi logo lascando:
- Não se fazem mais Marias como antigamente, não é amigo?
- É. - respondeu Pedroso com um "é" esticado balançando a cabeça em concordância.
- Veja bem, a Maria, a Virgem, foi precursora de santas de famas internacionais. Concorda comigo?
- É. - mais um daqueles "és".
- Antigamente davam nomes como Nossa Senhora de Guadalupe, Nossa Senhora de Fátima
- Tem também a Nossa Senhora Aparecida, aqui do Brasil.
- Pois é, quando se podia imaginar que as Marias iriam se tornar algo tão...
- Pejorativo?
- Nome muito pomposo para pouco glamour. Talves caídasso mesmo.
- É parece que caidasso é mesmo o nome para as Marias de hoje em dia.
- Marias, Marias, veja só, agora temos as Marias Chuteiras. Aquelas tipinhas que encontram no futebol os homen$ de sua vida. Tu viu o caso do Amaral? Meu, o cara é muito e feio e olha só...
- Pois é, conseguiu uma japa bem chegada
- Eu acho que foi o contrário, ela pegou ele. Quando você acha que ele iria pegar alguma coisa com aquela carinha (carinha é um modo carinhoso para dizer o quanto é feio).
- Ela disse que ele era muito simpático (acredito) e adorava o seu humor (era de se rolar de tanto rir).
- Eu sou simpático e conto piadas como pouco. E me pergunta se eu tenho umas japinha top model?
- Você tem uma japinha chegada?
- Nem mulher eu tenho. Você já ouviu falar em Marias butequeiras?
- Não.
- Pois é, nem eu.
- E as Marias Gasolinas.
- Essas são as clássicas. Gostam de carro pois não querem gastar seus lindos corpinhos se esfregando em lotação ou ónibus (imagina a gastação que dá).
- Tem também as Marias brejeiras.
- Ah sim, mas isso é explicado. É que no fundamental elas substituem as ovelhas no barranco.
- A pois é.
- Não se fazem mais Marias como antigamente. Veja só, de Virgem Maria para Marias Marias.
- Não sei onde esse mundo vai parar.
- Verdade. Qualquer hora vão estar denegrindo a imagem do filho do Homem.
- Ah, mas isso já estão fazendo. Só não tem coragem para jogar na lama o nome.
- Ué, porque?
- O Homem lá em cima até aguenta a chacota com a pobre da Maria. Ela não era casada com ele mesmo. O José que lave sua honra. Mas vai mexer com o Filho do Cara, mexe!

quinta-feira, 15 de março de 2007

Traição Literária

Eu traí, admito. Não é fácil. A tentação é grande. E quando o romance é morno, torna-se inevitável. Foi o que aconteceu no meu último caso. Estava eu lá envolvido em um romance filosófico no Mundo de Sofia (A filosofia me atrai de uma forma estranha) quando me deparei com um romance de Cem Anos de Solidão. Foi amor a primeira lida.
Vinha de um romance morno e que muitas vezes o monólogo de Sofia me trazia inevitavelmente a monotonia. Estava triste pois as discussões sobre a existência e não existência do homem me intrigava. No começo tudo foram amores. Embebidos em suas folhas descobria coisas magníficas do saber (era glorioso). Porém o quente foi amornando e pouco a pouco fui sendo seduzido por outras letras (algumas possuíam imagens).
Então conheci Cem Anos de Solidão, o seu tom fantástico, sua vida solitária me comoveram de tal forma que foi inevitável a traição. Troquei o livro (sem terminar) O Mundo de Sofia por Cem anos de Solidão de Gabriel Garcia Marques (recomendo).
Não que eu já não tenha feito isso antes (fiz muito isso na Universidade), mas quando envolve prazer literária, a traição chega a ser até um certo pecado grave.
Tudo bem, tudo bem, tem os quadrinhos, é claro. Mas eles são tão naturais em minha vida que... Acho que há um engano terrível aqui!! Traio meus quadrinhos com outras literaturas na maior cara de pau (acho). Não, não, tenho que pensar que são tipos de amores diferentes, que a literatura dos quadrinhos são direrentes de literatura romântica. É como gostar de música e pular de para - quedas, dá para conviver com os dois amores, mas juntos pode se tornar um risco perigoso.
Bom, vá lá sou apaixonado por estes dois meios de leitura. É inevitável. São dois tipos de literaturas prazeirosas e fantásticamente bem elaboradas (não cabe aqui aquelas leituras de auto - ajuda).
E quanto ao Gabriel Garcia Marques... Vai bem. Mas as vezes me dá uma Solidão.
Outra hora eu falo (escrevo) mais sobre isso. Por enquanto vou apreciando as solitudes páginas.

domingo, 4 de março de 2007

Criando uma cidade III- Lúcifer e Manakel

Lúcifer fora o anjo mais próximo de Deus. Sua proximidade lhe deu uma visão diferente de todos os os outros. Conhecera o mal e desafiou seu criador. Por isso fora jogado, junto com dissidentes à Terra. Punição ou uma nova medida para o anjo rebelde? Deus vingativo ou misericordioso?
Dotado de todas os poderes dos seres humanos, menos o da mortalidade, Lúcifer tem (o que ele acretida ser) uma tarefa inigualável: receber todos os anjos caídos na terra. Assim ele conhece Manakel, a última anjo rebelde. Uma jovem confusa, e agora mortal.
Ela tem que convier com as angústias da mortalidade e com as quase infinitas compreenção do ser - humano e com ela está Lúfifer que a quer persuadir, enfrentar, conquistar.
Uma balhalha está para começar e não serão vidas que irão pagar, mas uma alma (muito mas daquelas religiosas). Aqui o homem poder perder a sua crença no que sempre lhe ensinaram.
Soturno acaba de acordar com uma bela e delicada mulher, Lucile. Seu perfume penetra por todos os poros de Vinícius. Mas acredite, ele irá esquece-la.

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Criando uma cidade II - Scron e Senhor

Em uma grande metrópole vive a luz e a escuridão, a elegância e a decadência, o puro e o podre, o sagrado e o profano. Muitos se misturam. Alguns são puros, outros circulam por ambos os lados. Lá vive o maior empresário do país. Está entre os 10 mais ricos do mundo.
Victor Vellasques é um homem de visão e possui um poder que todos desejariam ter. Sempre conquistou aquilo que desejava. Detem o podem em suas mão. Lida com as pessoas como se fossem massas fáceis de manobrar. Grande parte de seus adverários são jogados a própria desgraça, outros tem a sorte de morrer rapidamente. Homem estratégico, frio e calculista.
Diferente de Adam Strociner que possui um poder que não gostaria de ter. Sua maldição tornou-se uma benção para aqueles que Victor persegue com fúria. Jovem simples mas de estrema inteligência. Foi predestinado desde pequeno a liderar. Strociner pensa na vida com arma principal, apesar da morte sempre rondar por ele. Perdeu seu pais quando era ainda criança e sua mãe adotiva, "a Madrinha" fora assassinada assim que Adam se mudou para a Universidade.
São homens de visões diferentes e logo tornaram-se inimigos. Victor é chamado de Senhor e Adam de Scron. Ambos amam a mesma mulher, Andria. Ela é filha do Senhor e grande amor da vida de Scron. Por maiores diferenças que ambos tem em relação ao outro não sabem ainda como enfrentar essa adversidade. Sabem que alguém vai pagar com a vida. Seja quem for.
Vinicius é um repórter, mas ele é mais conhecido como Soturno.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Feliz Ano Novo!!

Não, você não está lendo uma história antiga, de meses atrás. E não, eu não estou na China (lembra o ano do Porco na China que?). Para ser mais exato estou em Porto Alegre.
E o ano começou de fato (tá certo que a programação da globo não voltou ao normal, mas o que importa?). É só olhar para a rua. Viu o movimento? Pois é aumentou. Olhou para as pessoas? Isso mesmo, estão correndo mais (parece marcha atlética). Ah, e os carros que voltam a movimentar a cidade antes vazia.
Até então nós havíamos tido o natal, a festa de reveion (que simboliza a virada de ano, mas não o início) e finalmente para terminar as festividades de fim de ano, o Carnaval.
Neste período existe um certo desaceleramento do ritmo no trabalho (para uma fração, a outra continua no mesmo pique). O corpo fica mole e a vontade de ficar em uma sombra com um isopor cheio de cerveja ao lado é quase incontrolável. E sim, sim!! Estar na beira da praia. Que maravilha!! Entendo um pouco o Baiano (eu disse um pouco), todo aquele Paraíso e ainda tem que trabalhar? (chega a ser um pecado).
Hora de recomeçar os trabalhos. Voltar a rotina. Sentir o frescor da poluição no ar.
Sim, o ano começou agora e portanto: FELIZ ANO NOVO!! (continue firme).

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

O Carnaval Chegou

Ah, o Carnaval chegou!! Muita alegria. Gente pulando e dançando numa frenética música. Os tambores, pandeiros, cuícas e cavaquinhos afinados para mais um Carnaval.São poucos dias de alegrias onde o brasileiro extravasa o cansaço de um ano todo (se bem que em alguns lugares o Carnaval é o ano todo). Nesses dias de muita folia as pessoas extravasam. Pulam, se divertem, é contagiante.O álcool dança por entre essa gente. Consumido em doses cavalares (alguns bebem o que não beberam o ano todo), os pobres mortais tornam-se seres libertos de suas correntes. Inclusive a "corrente" sanguínea registra poucos níveis de sangue no álcool. Os foliões começam a ver coisas de mais, ou de muito menos. Olham para um determinada (o) parceira (0) e descobrem que o amor é lindo, mesmo que em apenas alguns beijos e amassos. O olhar torto e a mão boba tornam-se instrumentos indispensáveis para pular o carnaval. Pouca roupa é a regra (as vezes nenhuma). Neste embalo os festeiros esbanjam ousadia e malícia. Em terra onde o rei é Momo, ninguém é de ninguém. Mas é melhor parando por aqui (já foi demais). Esse negócio de ninguém é de ninguém e o negócio é passar a mão não me agrada muito. São duas mão para defender e centenas para atacar. A disputa é injusta.É, o meu negócio é ficar em casa (ou em algum lugar longe, mas muito longe dessa folia de Baco).
Tô fora.
Ah! E bom Carnaval para os que vão.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

criando uma cidade

A urbanidade me perturba. Não existe uma cidade com apenas uma característica. Ela não é somente bela ou somente sombria. Os dois entrelaçam-se envoltos em vida e morte. Luxúria e recato, maldade e bondade. Heróis e vilões. Nesta cidade (que está na minha cabeça) o que chama a atenção são os personagens que convivem (ou contribuem) para tantas características ambíguas. Ao mesmo tempo entendo também que não existem personagens somente bons ou maléficos. Eles são o que são devido a situações que são postas para eles. Não há fé que seja inabalável. Não há honestidade que seja corrompida, nem corruptor que não tenha família. Não há vida se não existir a morte rondando. Mas que cidade é essa? Que personagens são esses?

Acho que estou criando algo...

Fins e Noites

Mais um conto rápido.

Uma mulher acordara em um quarto estanho e sensivelmente escurecido. Seu corpo bailava em direção a uma porta que teimava em expulsar a luz penetrante. A porta aberta revelava luminosamente um banheiro consideravelmente esmagado entre paredes densas, frias. Era pouco espaço para muita roupa ao chão umidecido.
A bela dama revelava-se para o espelho esfregando dolosamente as mão molhadas ao rosto. Seu reflexo libertava, não seu lindo rosto já exposto, mas sua própria e angustiante condição humana. Perante sua torpe e embriagues corporal ela desfalece moralmente. Angustia-se, sofre, busca, procura e nada. Não encontra, também, não procura. Sabe de sua situação, agora ela é apenas uma massa de angústias, antes somente um corpo em plena luxúria.
Cambaleantemente nua, a nossa dama acomoda-se ao acento macio e frio do vaso sanitário e ao mesmo tempo em que um prazer a envolve, ela procura por sua calcinha de algodão fio-dental tateando com o pé o chão. Quando encontra, ao mesmo tempo em que se levanta, ela acomoda a sua peça até o quadril. Peça, a peça (de roupa) ela vai se remontando. Em fim a bolsa e ao lado da cama, já vaga, deitadas sossegadamente, quatro notas de cinqüenta reais a espera da pretensa dona.
Após a incursão de suas mãos na posse das notas ela abre a porta que languidamente abre-se a sua frente. A bela dama da noite agora busca no sol um calor não encontrado nos braços de seu breve amante. Outras noites virão, novos dias irão surgir e ela apenas sensualmente desliga a luz do quarto e encosta a porta.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

o amor é lindo

E aé, este é das antigas, como estão vendo estou resgatando algumas relíquias do passado. Mas é sempre bom dar uma olhada. "braço". Fui.


Bom, vá lá que aquela mulher não prestasse. Ela roncava, tinha os pés frios e geralmente tinha sobressaltos na cama, que faziam eu pular uns dois metros (Claro, modo de dizer, eram uns 3mm no máximo). Tinha TPM, TDM, TPÓSM, mas sabia que uma semana por mês ela era normal, se bem que até hoje eu não sei quais os períodos que ela era racionalmente sã. Ah! E as vezes arrotava.
Tirando esses pequenos pormenores, (por que você sabe, o importante é o amor) ela era levemente gentil, tanto que até me fazia carinho, raríssimas vezes, mas acontecia. Sua arcada dentária, por mais que não completa estivesse, sempre era bom ver seus poucos dentes sorrindo para mim, como era lindo!
Teve uma vez, que tragicamente, uma pedra do feijão quebrou um de seus raros dentes e ela engoliu. Com a mesma maestria que havia digerido aquele pequeno objeto, pediu com a sua gentileza de sempre que lhe socasse as costas, a fim de expelir o pequeno objeto, que ainda insistia a entrar garganta a dentro. Fato feito seu pequeno dente cariado voou janela a fora. Mas o amor estava acima dos pequenos detalhes do cotidiano.
Um dia cheguei em casa, e um bilhete lindo escrito em papel manteiga, mal escrito, pois seu forte não era o português, revelava seu descontentamento com os meus sentimentos. Dizia que o Ribosmar (nosso vizinho) sabia entender completamente o seu amor, que a fazia rir, bonitinho, não? E decidira ir embora.
Apesar de ser uma mulher não tanto em forma (pois forma era o que mais faltava aquele cor
po) tinha algo nela que... Não sei dizer, é algo indescritível para por em tão poucas palavras.
Vagabunda, mas eu a amava!

sábado, 10 de fevereiro de 2007

sábado

Ah, sábado. Que dia glorioso. Se Deus descansou no domingo, nós descansamos no sábado. Alguns tem o privilégio de desfrutar o dia inteiro, mas muitos degustam toda a sua sede em três goles (manhã, tarde e noite). Nada como acordar sem a preocupação na hora ou dormir pensando no amanhã, pois amanhã é domingo (e com este dia não se preocupa). Hwa.
No domingo temos a tps (tensão pré - segunda). No sábado, ao contrário, temos o RPD (Relachamento Pré Domingo). Dia oficial de sair (pois nos demais é somente um hep hours). Encontrar amigos para beber descansados uma cervejinha, discutir a filosofia do mundo ou a psicologia da vida urbana (não necessária mente nesta ordem). Fazendo análises contendentes sobre a relação econômica da Somália com a falta de alimento em um mundo globalizado, ou simplemente discutir profundamente sobre o decote da Angelina Jolie. Ou simplesmente ir para a casa da para ela nos fazer aquele café típico de nôna. Sem hora para ir embora, pois até a nona pode dormir até mais tarde no sábado ( tem missa às 10h no domingo). Ah, sábado glorioso, com este céu azul (com nuvens espaças). Peraí....
Começou a chover...Acabou meu fim de semana. M....de sábado.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

primeiramente escrevendo

Aqui vai um texto que escrevi a algum tempo. Mas nunca é demais ler. Aí está. Abraços. Até!!

Posso Perguntar?


Um homem e uma mulher, estranhos um ao outro, estão presos no elevador. Ele, então se dirige para ela:
- Posso perguntar?
- O quê?
- Não sei. Tenho dúvidas. Posso perguntar?
- Mas se você não me disser o que, eu não saberei se vou poder responder.
- Isso importa? Quer dizer... Tenho que obrigatoriamente ter uma pergunta formulada para receber uma resposta pronta?
- É o mínimo. – Responde ela ironicamente.
- Mas eu quero perguntar.
- Sobre o que?
- Quero indagar, ter respostas, enfim, quero perguntar.
Ela ameaça por a mão no rosto como forma de indignação, mas se contém.
- Seja mais claro.
- Se eu tivesse clareza sobre o que eu quero perguntar eu não indagaria. Não acha?
- Ai, ai.
- Quando pergunto quero respostas
- O que você quer saber?
- Você já me perguntou isso. E quem tem dúvidas sou eu.
- Por que só você tem dúvidas? Eu não posso ter?
- Pare de perguntar. Esse é meu papel.
- Agora você está afirmando?
- Mas que coisa! Para de perguntar. Lembra? Alôo! Eu pergunto.
- Está certo. Então, vá lá. O que quer saber?
- ...
- Tudo bem, pergunte.
- Sei lá, quero perguntar. Faz uma hora que estamos presos no elevador e até agora não sei nem seu nome.
- Lúcia.
- Mas eu não perguntei nada!
- Então pergunte o meu nome.
- Não me diga o que tenho que perguntar... Mas é uma boa idéia para uma pergunta...
Qual é o seu nome?
- ... (silêncio) Lúcia. – Responde com uma cara típica de quem está prestes a cometer um assassinato.
- Prazer, o meu é Marcelo.
E passaram mais 40 minutos até que alguém da manutenção concertou o elevador e os dois saíram. Ela soltando “fogo pelas ventas” e ele com um sorriso de satisfação, tinha, finalmente começado uma conversa uma mulher.
E o guardinha da portaria só olhando.