quarta-feira, 21 de maio de 2014

Posso Perguntar?


Um homem e uma mulher, estranhos um ao outro, estão presos no elevador. Ele, então se dirige para ela:
- Posso perguntar?
- O quê?
- Não sei. Tenho dúvidas. Posso perguntar?
- Mas se você não me disser o que, eu não saberei se vou poder responder.
- Isso importa? Quer dizer... Tenho que obrigatoriamente ter uma pergunta formulada para receber uma resposta pronta?
- É o mínimo. – Responde ela ironicamente.
- Mas eu quero perguntar.
- Sobre o que?
- Quero indagar, ter respostas, enfim, quero perguntar.
Ela ameaça por a mão no rosto como forma de indignação, mas se contém.
- Seja mais claro.
- Se eu tivesse clareza sobre o que eu quero perguntar eu não indagaria. Não acha?
- Ai, ai.
- Quando pergunto quero respostas
- O que você quer saber?
- Você já me perguntou isso. E quem tem dúvidas sou eu.
- Por que só você tem dúvidas? Eu não posso ter?
- Pare de perguntar. Esse é meu papel.
- Agora você está afirmando?
- Mas que coisa! Para de perguntar. Lembra? Alôo! Eu pergunto.
- Está certo. Então, vá lá. O que quer saber?
- ...
- Tudo bem, pergunte.
- Sei lá, quero perguntar. Faz uma hora que estamos presos no elevador e até agora não sei nem seu nome.
- Lúcia.
- Mas eu não perguntei nada!
- Então pergunte o meu nome.
- Não me diga o que tenho que perguntar... Mas é uma boa idéia para uma pergunta...
Qual é o seu nome?
... (silêncio)
- Lúcia.... – Responde com uma cara típica de quem está prestes a cometer um assassinato.
- Prazer, o meu é Marcelo.
E passaram mais 40 minutos até que alguém da manutenção cosertou o elevador e os dois saíram. Ela soltando “fogo pelas ventas” e ele com um sorriso de satisfação, tinha, finalmente começado uma conversa uma mulher.
E o guardinha da portaria só olhando.
- Capaz? Jura?

- Juro.

- Que loucura!!

- Verdade, que loucura.

- Não acredito.

- Nem eu acreditva.

- Mas quando?

- Semana passada.

- Onde?

- No estacionamento.

- Capaz? Jura?

- Juro.

- No estacionamento, poxa.

- Pois é. No estacionamento.

- Que horas?

- Altas da madrugada.

- Beiiii

- Pois é. Beiiii...

- Cara, não acredito.

- Tô te dizendo.

- Não, não. Não pode ser.

- Mas digo e repito, foi no estacionamento, altas horas da madrugada. Uma loucura...

A secretária, que escutava a conversa atrás da porta, sai de trás da porta enfurecida.

- Mas de quem? De quem? Homens, não sabem nem fazer fofoca direito, aff...

terça-feira, 20 de maio de 2014

MOEDA DE TROCA


-Compro!!!
-Mas já o vendi
-Compro de volta
-Mas é bem caro
-Troco o meu pelo teu, que tal?
-Não, pois o meu e maior
-Maior que o meu???
-Sim.
-Tá, preciso de uma prova.
- Que tipo de prova
-Uma prova que o teu sentimento é maior que o meu?
-Não funciona assim
-Veja bem, estou disposto a pagar a diferença...
-Está bem.
-Tá, então vá lá... Tenho que pagar a diferença e tenho que saber quanto é?
-Que moeda usaremos??
-Boa pergunta... podem ser moedas subjetivas... Pensei em pequenos lances de declarações, uns beijos furtivos, um olhar roubado. Ah, sim, nesse caso o roubo é dado como valor monetário positivo, também...
-Isso seria nossa moeda? Você teria que dar muito mais para compensar o meu que é maior?
-Teríamos que estipular quanto. Mensurar valores
-Mas como se toda a nossa moeda está nessa subjetividade.
-Então, subjetivamente quando completado o valor compensado, compensaremos mutuamente
-Podemos compensar agora?