quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Senhora dos Milagres

Tenho ouvido, lido ao longo de minha nobre, porém simples existência a demonstração de milagres atribuídos a deuses, santos, sacerdotes e até discípulos de alguma crença. Na minha concepção, pouca, mas que me basta, somente presenciei 3 milagres vindo de um só ser humano, minha mãe.
Esta sim uma Senhora dos milagres, pois não há milagre maior do que a vida. Não somente a sua mera concepção, tão desvendada em sua origem, mas a formação silenciosa e extremamente cuidadosa da vida. Nesse aspecto sobram somente elogios a minha Senhora dos Milagres, pois conseguiu em um mundo tão danado de tentações formar seres condignos da existência humana.
Meu pai, ser de extrema grandeza, contribuiu decididamente para esse milagre, pois diferente dos outros milagres existentes desse mundo, esse não é individual, não pertence a apenas um ser. Hoje solitário, porém, não sozinho, contempla a existência que ajudou a viver. Mas ele saberá entender que este texto merece uma parte apenas a uma das caras metades.
Bravo pelos seus milagre, bravo pela sua honestidade incontestável e valor pela vida e acima de tudo vontade de construir almas.
Obrigado mãe.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

Monólogo com Deus

(Tudo bem, tudo bem. Depois de um longo intervalo eu voltei (não que isso seja digno de nota), mas aqui estou. Abaixo um textículo tirado de não se sabe onde e possivelmente de um personagem que teima em falar com Deus. Por isso é um monólogo).
Ok sei que essa vai ser uma conversa difícil. Você, e eu vou lhe chamar por TU, (ele detesta que o chamem por você, é muito informal) sabe o quanto as nossas conversas não tem sido um esplendor de conversação. É sempre eu falando loucamente e tu apenas uivando soltando folhas ao ar. Mas convenhamos, nós nunca tivemos uma relação muito boa.

Sempre existiram desconfianças de ambos os lados. Eu desconfio de ti e é lógico que a recíproca é verdadeira. Os samaritanos iriam dizer: "Nãããããão, Deus sempre confia em nós!" Balela! Nós dois sabemos que não é bem assim (desculpe eu te usar como um singular, faz parte para um bom entendimento do texto). Nós falamos, falamos, falamos e tu aí nessa armadura impenetrável, dono de si. Tem suas falhas, eu sei, você já me disse isso antes, mas tenta concertar, vai ver que é por isso que acham que somos sua imagem e semelhança.
Mas veja só, aqui estou eu conversando contigo em um monólogo desapropriado para a linguagem, e você aí, no seu altruísmo. Não pense em salvar o mundo. Nós somos responsáveis por ele, lembra? Nós somos tu, ou tu és nós. No findar dessa conversa vais permanecer aí. Sei, sei que não estás aí, mas aqui, em cada um de nós.
Diga alguma coisa, sopre algum vento, deixe cair alguma folha, um pingo de chuva. Ta bom, sei que é exigir demais de ti, até porque eu nunca falei contigo, sempre falei comigo mesmo.
Agora com sua licença, eu vou beber um pouco e ver se existe alguma compreensão do mundo em no fundo de um copo. Até.