quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Intervalo - Eleições Americanas - Obama


Como não existe espaço para ficar duas publicações lado a lado no blog, apartir de agora vai acontecer entre os anjos caídos os "INTERVALOS". São textos que tratam das mais diveras áreas. Hoje é sobre as eleições americanas e o fenômeno Obama.


SIM, ELES PODEM!

As eleições americanas foram um espetáculo bem ao estilo hollywoodiano. O mal o bem, o herói, o bandido que se redime no final, a reconquista do sonho perdido: Democracia e Liberdade. O mundo ficou acordado até altas horas da madrugada para ver no final o moçinho vencer e vê-lo presidente eleito da maior potência do mundo. E nós ficamos alí observando cada desdobramento dessa história.
E ficou claro, eles podem!
Não são a maior potência a toa, não construiram o que construíram para vir a família bush e botar tudo à terra arrasada. Não, eles não iam deixar assim.
Tinha passado por uma eleição vergonhosa na primeira do Bush filho, onde milhares de pessoas não tiveram seu direito de votar válido, principalmente negros. E pela bagatela de 500 votos a mais, na mão grande o premio nobel da paz deu adeus a política e foi cuidar da natureza. O país da democracia deixava claro que o seu sistema "democrático" era ineficiente e falho. As bases começaram a ruir.

Houve o 11 de setembro. O mundo viu de boca aberta a maior potência mundial ser atingida no seu coração (o bolso). Cá entre nós, ninguém ainda explicou direito aquilo, os cospiradores de plantão dizem que foi o próprio governo que armou tudo para justificar o ataque ao "oriente petrolífero médio". Mas tudo bem.

Ok. Invadiram o Afeganistão atrás do Obama, digo Osama, depois com a justificativa de estarem fazendo arsenal nuclear, e sem o consentimento da ONU (para que mesmo?) invadiram o Iraque, não acharam lhufas, mas continuam lá procurando (é o que as más línguas dizem).
Como se não bastasse as guerras, os EUA se negam a assinar os acordos que se referam ao meio ambiente, a emissão de gases tóxicos. Mas não tem problema eles só são responsáveis por 25% da emissão de gases na atmosfera, tá tudo bem.

Desacreditados, ameaçados, arruinados moralmente, abrindo falência, os EUA entraram nas eleições com um único propósito: revogar toda essa imagem que a grande potência criou no imaginário mundial. De um lado o braquelo rambo do Vietnã do outro o negro intelectual de Harvard. Em um país que não esconde o racismo, aí estava a prova de escancarar de vez o que todos sabíamos sobre o histórico dos negros na América. Mas contrariando todos os pessimistas de plantão, Obama foi eleito o 44º presidente dos Estados Unidos da América.

As eleições vieram a provar que sim, eles podem! Levaram milhões às urnas, e em uma eleição histórica não só mudaram a cor do presidente dos EUA, mas mostraram que em uma eleição eles podem mudar tudo o que pensam deles. Agora existe um país onde o sistema eleitoral é o mais democrático do mundo, pois é representativo e fez com que milhões fossem às urnas exigir mudanças. Que antes da guerra existe o diálogo, franco e aberto (até o Hugo Chaves se rendeu a a Obamamania). Que sim, deve ser revisto os acordos de emissão de gases na atmosfera e que é preciso rever a guerra do Iraque assim como do Afeganistão.

Em uma única eleição, um país abatido pelo medo viu em Obama a representação maior da mudança. Negro, de origem mulçumana, Barack foi a representação dos EUA para o mundo de que sim, eles podem mudar e mudar a opinião de quem quer que seja sobre os USA. Os americanos, e eu digo todos, provaram nessas eleições porque são a maior potência desse planeta, pois acima de tudo eles querem e podem!


sábado, 8 de novembro de 2008

Anjos Caídos - Capítulo I - Apresentações - Parte III

Fim da tarde. A mão fria da noite chega devagar. As pessoas se avolumam nas calçadas, os carros amontoam-se em disputa de espaço vazio e na avenida, flores disputam espaços com pedestres que teimam em cruzar fora da faixa de segurança.
Um homem em sua bicicleta usa sua roupa branca coberta por finas e dispersas farinhas que voam ao vento. No caroneiro uma cesta de pães pendura-se como malabarista. Ele corre apressado, está atrasado, costura os pedestres e adentra à avenida com displicência. A sinaleira logo a frente vai fechar e ele não irá ver isso.
Do beco sujo par a avenida movimentada saem Lúcifer com o anjo, ele a trás pela mão.
- Quero lhe apresentar Estevan, ele é argentino e chegou aqui há 11 ano, trabalha como padeiro - E aponta para o homem da bicicleta - Tem 5 filhos com uma brasileira chamada Nice. Ela cuida da casa enquanto o marido corre para sustentar a sua miserável família. Distribui comida que na sua casa falta. Ele espera chegar em casa cedo, corre para entregar a última encomenda, mas hoje não é seu dia. Um carro em alta velocidade cruzará a avenida e pegará em cheio o pobre ciclista de pães.
Manakel se afasta de Lúcifer com raiva e violência. Ele ri. Há um carro que cruza a avenida. Percebendo a cena e marcada de preocupação e anseio aponta o braço em sua direção:
- Afasta a dor que beija a morte _ Clama Manakel
O motorista desvia do curso fatal. Bate em um hidrante na esquina onde passa. A água se avoluma ao céu, cobrindo visões dos transeuntes. O jovem ciclista parece ter se salvado.
- Obrigada, pai! - Resa Manakel por pouco tempo.
O jovem corre para passar o aguacedo. Não enxerga nada, a água o atrapalha a visão. Um caminhão tenta desvenciliar-se do tormento. Acelera. Os dois abraçam-se na esquina. A lei da física faz com que Estevan voe já sem vida para o alto e depois ao chão.
- Não! - Manakel vê aquilo em pavor. Ela acredita que fez tudo certo para salvar a vida. Então, o que? Ela cai de joelhos lamentando. Chora encolhida como protegida em útero materno.
Lúcifer a observa em silêncio, calado. Sério.
- Oh, Senhor! Vós me destes o poder de suplantar a dor! E agora em sua ira divina me mostra a face cruel da morte como um castigo a minha queda... - Ela levanta seu olhar para Lúcifer - Ou foste tu, rei das trapaças, que fez a morte se anunciar diante de mim.
Lúcifer levanta Manakel pelo braço e a joga na parede dizendo:
- Tola Manakel! Acaso tu crês que a dor, a morte são obras da causa divina? - Ele segura o rosto de Manakel e força a olhar para o acidente - Olhe, Manakel! Olhe! Veja se não é o homem, que em seu livre arbítrio, procura na imprudência e acaso, a morte!
- Afasta-te, mentiroso! Ser vil! - Exclama Manakel empurrando Lúcifer que começa a rir sarcasticamente. Ele leva a mão ao bolso, tira um cigarro. Ela pergunta - Você ri de mim com total descaso? - Lúcifer esbofeteia Manakel.
- Acorda!
Manakel baixa a cabeça. O tapa dói mais dentro da alma que no rosto. Em desânimo e súplica ela olha par dentro de si e reza.
- Oh, Pai! Falhei mais uma vez. Como na primeira vez. Me rebelei e caí...
- Seja bem - vinda à turma - Ironiza Lúcifer.
- Assim como agora, não pude acalmar a cólera da humanidade e...
- Ainda achas que é tua culpa as falhas humanas? Que de ti depende a salvação dessas pobres figuras?
- O que queres Lúcifer, senhor da mentira.
- Lhe dar um sopro de vida.
- Como?
- Assim...

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Anjos Caídos - Capítulo I - Apresentações - Parte II

O lixo se acumulava, ratos disputavam comidas com vermes. Disputa inglória, os roedores são sempre superiores. Salvo quando mortos e quando os seres menores tornam-se únicos.
Nesse beco deitada em berço nada esplêndido está Manakel desacordada. Ao lado dela Lúcifer a observar e canta: "Nana nenê, que eu vou te pegar, papai tá no céu e mamãe no seu lugar."
Manakel dispersa ainda confusa:
- Dói muito - sussurra ela.
- É a dor da humanidade que nos causa - Ironiza Lúcifer.
- Veio me receber em tua salvação? - Pergunta Manakel a Lúcifer.
- Não salvo ninguém, Manakel. Eu apenas mostro o nosso mundo.
Manakel senta e abraçada a seus joelhos chora.
- Falhei com meu pai. E em minha desgraça me rebelei e caí.
- Seja bem vinda a turma.
- Não pude acalmar a cólera dos homens...
- Pobre tola - Interrompe Lúcifer ferozmente - Ainda achas que és tua culpa pelas falhas humanas? Que de ti depende a salvação dessas pobres almas?
- O que queres de mim, senhor da mentira?
- Te mostrar a verdade, anjo caído. E que essa doa mais que a dor de ser mortal.
Lúcifer se levanta, estende a mão e diz, agora suavemente.
- Venha! E eu te mostrarei toda a dor, muito que da tua queda.
Na alta tarde o sol se apresenta como refúgio ao frio que teima em percorrer nossas ruas.
Lúcifer, aquele que tráz a luz, inclina-se em direção a Manakel que encostada a latas de lixo parece convidativa à mão que se estende a ela.
-Vamos, Manakel, vamos ver o meu mundo, quero lhe apresentar...

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Anjos Caídos - Capítulo I - Apresentações - Parte I


... Depois, onde o tempo é muito para ser mensurado...

Na alta tarde de uma sexta-feira, dia 13. Porto Alegre movimenta-se velozmente ao encontro do aconchego dos lares ou bares. O centro, antes um dançar de pessoas numa revoada de pássaros, esvazia. Ao final restam apenas aqueles nobres encaltos a procura de um último freguês para algum produto ilegal ou a venda do corpo barato ou a espera do próximo passageiro para uma última corrida de táxi.

Antônio Sóbrio, o Toninho, tem 35 anos de praça, viu a capital gaúcha crescer, perder o porto dos casais, renovar seus habitantes, vigorar-se como metrópole rodeada de edifícios modernos convivendo harmoniosamente com prédios clássicos.

Hoje ele fica alí no largo quase ao lado do mercado público e da antiga prefeitura toda a madrugada, pegando os incaltos transeuntes da noite gaúcha, boêmios, prostitutas, drogados, atrasados, que passam por Toninho diariamente.

Mas hoje não é não uma noite dessas, hoje é um dia daqueles que das alturas caem expulsos do misericordioso.

Silêncio...

Estrondo!!!

Grito!!

Dor!

Como se do próprio céu expulsa, uma mulher cai no capô do carro de Toninho.

O palito antes repousado no canto da boca entra em descompasso com ela e acaba expulsá-lo.

O susto leva o velho taxista a pular do carro e perplexo vai em direção a frente do seu carro, agora um amontoado de ferro retorcido. Sua expressão ocila entre a perda material e a visão deslumbrante daquele corpo em seu carro.

-Mas o que é isso? Como... - Sua voz embarga, foge, some.

Uma expressão de dor vem da boca, que cospe sangue, de uma bela mulher de cabelos negros compridos lisos envolta em uma túnica fina, rasgada pelas ferragens.

De suas costas dois cortes profundos localizados nas costas marcam feridas muito menos profundas que a dor de sua alma que agora sente.

Ela agoniza, sua alma está dilacerada, seu corpo mutilado. Mas as ferragens parecem causar pequenos arranhões se comparado a sua angustia, sua dor moral. A mulher busca forças para se levantar, ergue-se de joelhos, tenta manter o peso, agora muito maior de seu corpo. Então ela houve uma risada. Virando-se em direção ao som do sorriso mórbido ela vê um homem vestido de uma camiseta branca, calça jeans, um tênis e sobre-tudo. Do canto esquerdo da boca ele tira um cigarro que teima em queimar. Dá uma última tragada, expele a fumaça e com um sorriso levemente irônico diz:

- Meu Paraíso... Meu mundo. Não achas tão real, Manakel?

Manakel até então imersa naquele caos, divaga.

-... Muita dor... Meu corpo todo arde... Minhas asas... Lúcifer?

- É a mortalidade, caríssima Manakel. Nós padecemos das dores terrenas. Os séculos a amenizam.
Manakel parece se levantar raivosamente em direção a Lúcifer quando é interrompida:
- Guria, filha duma... - Grita Antônio. Antes de concluir a frase, o anjo caído gesticula a mão com o braço em sua direção e sentencia:
- "Descansa no Senhor e espera nele. Não te irrites por causa do homem que prospera em seu caminho, por causa do que leva a cabo os seus maus designo. Acalma tua ira e vá em paz".
Toninho põe a mão na cabeça, confuso olha para os seus colegas que não entendem o que ele faz no meio de uma rua sozinho. Apontam para ele.
- Tonhinho - Alguns gritam.
- Cara, chama a polícia duma vez. Não viu o estrago que este caminhão fez no teu carro? - grita outro.
Ele olha e vê um caminhão em cima de seu táxi.
- Quero ir para casa. - Conclui e sai andando confuso até perder-se na multidão.
Manakel já do outro lado da rua fixando-se raivosamente em Lúcifer, cambaleante afirma:
- Não sou um anjo caído... - Sua voz inebriada acusa sua fraqueza. Suas pernas não suportam mais o peso do corpo dolorido.
- ...Sem ...Forças... - Desaba.-
Calma aí! - Diz Lúcifer indo em socorro ao anjo - Não vai estragar essa linda carinha na calçada. - Ele a pega no colo - Uf! Como a mortalidade é curiosa. Depois que perdem as asas ficam mais pesados.
Continua

sábado, 11 de outubro de 2008

Anjos Caídos - Prólogo


Deitado em uma cama em berço esplêndido, tornei-me testemunha de um sonho (ou seria a plena realidade?)

O Fato foi que por meio de um beijo eu despertei.



...HOUVE ENTÃO UMA GRANDE BATALHA NO CÉU.

MIGUEL E SEUS ANJOS GUERREARAM CONTRA O DRAGÃO

O DRAGÃO BATALHOU JUNTAMENTE COM OS SEUS ANJOS, MAS FOI DERROTADO, E NO CÉU NÃO HOUVE MAIS LUGAR PARA ELES.

ESSE GRANDE DRAGÃO É A ANTIGA SERPENTE. É AQUELE QUE SEDUZ TODOS OS HABITANTES DA TERRA.

O DRAGÃO FOI EXPULSO PARA A TERRA, E OS ANJOS DO DRAGÃO FORAM EXPULSOS COM ELE.
OUVI, ENTÃO UMA VOZ FORTE NO CÉU, PROCLAMANDO:
"AGORA REALIZOU-SE A SALVAÇÃO, O PODER E A REALEZA DO NOSSO DEUS E A AUTORIDADE DO SEU CRISTO.
PORQUE FOI EXULSO O ACUSADOR DOS NOSSOS IRMÃOS, AQUELE QUE OS ACUSAVA DIA E NOITE DIANTE DO NOSSO DEUS.
ELES, PORÉM VENCERAM O DRAGÃO PELO SANGUE DO CORDEIRO E PELA PALAVRA DO TESTEMUNHO QUE DERAM, POIS DIANTE DA MORTE DESPREZARAM A PRÓPRIA VIDA.
POR ISSO, FAÇA FESTA, Ó CÉU.
ALEGREM-SE OS QUE AÍ VIVEM.
MAS AI DA TERRA E DO MAR, POQUE O DRAGÃO DESCEU PARA MEIO DE VOCÊS.
ELE ESTÁ CHEIO DE FUROR, SABENDO QUE LHE RESTA POUCO TEMPO"

(APOCALIPSE 12,7-12)






quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Anjos Caídos


Em breve nessa página, começa uma história de anjos em uma guerra milenar pelo conhecimento. Anjos terrenos e celestiais, Deus, o Nada e a criação pelo pensamento coletivo. Lúcifer e Miguel travam uma batalha que vai além da luta física. Os lados se formam pela libertação. Mas que LIBERTAÇÃO é essa? Serão Lúcifer e Miguel os mesmos anjos que conhecemos através da mitologia cristã? Conheça Manakel, uma anjo que é conduzida por Lúcifer no seu belo mundo.




Começa aqui ANJOS CAÍDOS uma história de Oscar Freitas Junior.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Mea Culpa

As eleições estão aí. Os políticos com suas propostas, os eleitores nada receptivos para as propostas deles. Panfletos no chão, xingamentos nas ruas, aquelas chamando o fulano de ladrão, o outro de sem vergonha (coisas básicas). As pessoas dizendo que não aguentam mais política, que “são tudo um bando de ladrão”. Ou seja, o de sempre. Acontece que se mantêm as mesmas coisas e o povo continua achando que a culpa é dos políticos. Cá entre nós, cada um de nós tem sua mea culpa nisso.
Acontece que ao não acreditarmos mais em políticos, não estamos mais confiando em nós mesmos. Sim, pois quando estamos votando em alguém ou apostando na proposta do candidato se supões que nosso valor de juízo está certo e, portanto, estamos acertando no que estamos fazendo. Sim, senhores, ao fazermos escolhas estamos acreditando em nosso percepção. Pressupõem - se que estamos avaliando de forma correta em quem devemos confiar e em quem não devemos, portanto a escolha parte desse pressuposto.
Será? Vivemos em um mundo imediatista, nossa memória está trabalhando com a observação do agora, não do antes e depois. Nós dizemos: “os políticos nos enganam”. Mas será que não somos nós mesmos que nos enganamos a cada eleição e continuamos a nos enganar pelo simples fato de acharmos cômodo isso? É fácil colocarmos a responsabilidade nossa em outros. Isso nos tira o peso de acharmos que erramos e que continuamos errando pelo simples fato do comodismo ou do “não tenho nada a ver com isso”. Façamos uma avaliação de consciência em relação a isso.
Nós deixamos que outros escolham por nós, assim culpamos esses outros. Quando a imprensa ou amigo avalia um determinado político tomamos aquilo como verdade. Mas será a nossa verdade? Somos nós que os condenamos ou o que está escrito ou falado por terceiros? É assim que escolhemos nossos candidatos, quando não escolhemos na hora de votar (já ouviu falar em boca de urna? Santinhos no chão da entrada da votação?).
Ao chegar a época de eleição devemos procurar avaliar isso tudo. E quando avaliamos com discernimento e observação apurada acertamos, ou pelo menos chegamos bem perto disso, pois somos seres humanos e estamos propensos ao erro, mas persistir no erro significa acomodação ao que deveríamos ter aprendido. Se erramos sempre é porque não estamos aprendendo com nossos erros.
Por isso, nessas eleições façamos uma avaliação de consciência. Quem está errado? O político por ter sido escolhido por nós, ou nós que o escolhemos sem o critério de inteligência que temos?

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Eleições Municipais de Porto Alegre - Observações de Rua

Muros, muitos muros se avolumam uns sobre os outros, pintados, indicando suas tribos. Das eleições passadas, pelo menos aqui em Porto Alegre, é o que continua firme disputando espaços entre concorrentes. Ainda tem as tais plaquinhas em casa, ou faixas ou simplesmente banner.
Seja como for aquela sujeira de placas nos postes ou em rótulas de acesso já não estão mais lá. Os candidatos, então, tem que chegar até o eleitor de outras formas, como não podem sujar, limpam.
Passando pelas avenidas e ruas da capital bicicletas cruzam pelas nossa frente mostrando uma nova forma de fazer campanha são as bikebanners. Idéia do Vereador Mauro Zacher, e ao que parece (pelo menos tá lá no slogan de campanha dele : Pra Porto Alegre Andar Melhor) é uma das campanha mais limpas já vista nos últimos tempos.
A idéia é inovadora. Parece uma resposta ao caos no trânsito da capital dos gaúchos que não ter fim. E para completar, o verador é um dos articuladores na Câmara do Plano Diretor Cicloviário que está para ser implantado, primeiramente, nas principais avenidas e ruas da cidade.
O cidadão, então, não vai precisar se desviar do ônibus que corta, da moto que passa e carro que voa por entre os ciclistas (se não no meio deles). Ou seja r segurança tanto na ida ao trabalho quanto na volta. A pessoa ou vai deixar o carro em casa ou não vai apertado em um ônibus e de sobra ganha um exercício físico de lambuja.
Sim, é uma campanha nova que se vê na cidade, bikes parecem conquistar espaços onde não há mais para carros, ônibus e motos enfumaçadas. Ao que parece aquele boneco, o tal Maurito, que anda alegremente por faixas seguras na propaganda eleitoral está bem perto de ser um de nós andando nas ciclovias de Porto Alegre.

segunda-feira, 30 de junho de 2008

Começa a Lei Seca


Foi-se o tempo em que o pessoal saía para tomar todas. Sim, senhores, não há mais trégua. Há em todos os lugares, ou bares uma certa apreensão. Pesquisas já indicam o aumento do consumo de refrigerantes e cervejas sem álcool (cá entre nós,o que leva um cidadão beber cerveja sem álcool, por favor, alguém me explica). Os bares já dão sinal de alerta, lugares consagrados pela boemia correm o risco de se tornar um antro de conservadores cultuando o açúcar (Deus Baco, deve estar muito de cara com essa afronta).


Recentemente em uma narrativa comovida um amigo me contou que numa janta com amigos sobrou cerveja e faltou refrigerantes, ele narra que alguns começaram a apelar para a água (uma cena lamentável, segundo ele). A festa parecia bombar, um freezer cheio de cerveja, mulheres bonitas e amigos bacanas. Começou a festa, o pessoal começou a beber refri porque logo em seguida iriam comer alguma coisa (essa era a desculpa), depois argumentaram que estavam estufados e a desculpa final foi que tinham que ir para casa dirigindo, resultado: três caixas de cerveja sobraram (haviam quatro).


Os rapazes ficaram de cara, pois aquela velha desculpa do "eu estava bêbado" não funcionou, no final sobraram mulheres solteiras em festas que dificilmente isso acontecia. As meninas, lindas, não se desinibiram e isso tornou a festa um marasmo (meu amigo conta que teve uma hora que queria cortar os pulsos). No final das contas combinaram que a próxima festa se chamará a Festa do Táxi. Esses por sinal são os que mais agradecem, cresce o seu consumo (ou diria utilização).


Com todo esse aué, criou-se também o motora da galera. É o cara que vai ter que ficar de cara e aguentar um bando de bêbado no carro. O pessoal já começa a se organizar, se em um carro cabe cinco, quatro vão se afundar na bebida, enquanto um ficará só na água. Uma turma de amigos já escolheu que a cada dia de festa em bares um será o motorista, até porque é sacanagem apenas um pagar o pato.


E assim caminha a humanidade, para todos os novos desafios à humanidade, sempre consegue-se dar um jeito, é uma questão de sobrevivência da espécie, um novo modo de ver como nós conseguimos atravessar adversidades. A boemia, ou seja lá como ela se chama hoje, chega a mais um desafio, e pelo que se observa estão conseguindo resolver de uma forma ou de outra. Trata-se de uma mudança de mentalidade, alguns são contrários, outros a favor, mas convenhamos, nenhuma mudança é um mar de rosas. Seja como for, parece que a Lei Seca veio para ficar, e se veio para isso que traga mudanças significativas para quem passar por isso.
Eu, no meu caso, sigo no bom e velho táxi. Até porque não confio na minha direção de um carro quando estou com um determinado nível de álcool, é uma questão de gosto, ou simplesmente falta de sobriedade suficiente.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

A Múscia como Obrigação no Ensino Básico

Na quarta - feira do dia 28 de maio foi aprovada pela Comissão de Educação e Cultura a obrigatoriedade do ensino da música o ensino básico. É de elogiar a iniciativa de ter a música como conteúdo obrigatório no ensino básico. Com tanta deficiência na nossa educação talvez algo desse impacto sirva para formar seres sensíveis a arte musical. Mas ao mesmo tempo que elogio, acho que é tacanha e tímida essa mudança. Estudar artes tendo a música como principal aprendizado entre as artes é no mínimo temerário.
Estamos ainda tratando o ensino da arte de forma estreita e segmentada. E é aí que está o erro, não se pode estudar, ou pelo menos compreender a arte de forma unilateral.
É como deixássemos de lado o contexto histórico-cultural que envolve não só a música mas todas as artes que são influenciadas por esses fatores. Estudar artes não é somente aprender música ou pintura ou literatura ou teatro ou cinema, ou HQ e sim ter a percepção do todo que essas artes compreendem.
Quando estudamos artes estamos apreendendo a cultura de um povo e suas manifestações nas mais diversas formas, por isso não se pode compreender arte apenas sob o ponto de vista de uma especificamente, pois assim não estaremos formando, agora sim, cidadãos capazes de compreender essas relações com o mundo onde eles vivem.
Sim, educar é compreender e dar ao educando todas as faces possíveis, para que esse se torne um homem ou mulher ativo em seu mundo, ser de compreensão do meio onde vive. Tendo entendimento tanto do passado (pois estudar arte é também estudar a sua história) como o seu presente para pisar com pés firmes no futuro.
Mas da mesma forma que faço essas críticas, também compreendo que é necessário termos educadores competentes e sabedores de seu compromisso, assim também como materiais específicos para esse estudo. Ou seja, pelo andar da carroagem, vai longe ainda uma formação séria no que diz respeito a arte. Mas estamos no caminho, cambaleantes, cantantes e falantes, mas no caminho (pelo menos eu tenho que acreditar nisso).

sexta-feira, 30 de maio de 2008

Homem de Ferro - 100% Marvel

Sim, alguém pode até dizer que essa pastagem está atrasada e que depois de Indiana, o Homem de Ferro passou para as estatísticas. Mas era preciso apurar, observar mais profundamente o lançamento de um filme como esse, na situação posta e tudo o que mais está envolvido o filme do Homem de Ferro.
Lançado no Brasil logo após a estarrecedora obra Guerra Civil ( mini-série da Marvel) onde coloca o enlatado como o grande vilão dos ideais heróicos, responsável indiretamente pela morte do Capitão América, para os fãs das Histórias em Quadrinho ver um filme como esse alcançar os níveis de bilheteria parece surpreendente, mas não é. O lançamento mostra a disposição que a Marvel tem para se tornar uma verdadeira potência nos cinemas.
Primeiro busca nos quadrinhos a fidelidade para com o personagem, nada foge ao tom do herói de ferro. Os personagens e suas relações com Tony Stark estão lá: James Rhodes, amigo de Tony e supostamente no próximo filme venha a ser Máquina de Ferro; Pepper Pots, secretária e suposta relação amorosa, e tantos outros que fazem parte do universo de Stark.
Para atualizar a história do heróis foi utilizado o conflito atual entre os EUA e o Iraque (diferente do original onde os inimigos eram vietcongues). Seus inimigos são de origem árabe e não mais os homens de olhos puxados. Isso foi importante para trazer aos tempos modernos a história. Foram utilizados espaços geográficos tipicamente daquela região do Afeganistão, Iraque, enfim modernizando o personagem já com algum tempo de bagagem.
As armaduras são fiéis ao original das HQ e são o ponto alto do filme. Mas está em Robert Downey Jr o principal foco. Não poderia ter sido outro ator a interpretar o papel. Depois de lograr a fama em Chaplin, Jr simplesmente entrou em uma depressão profunda e e se entregou ao álcool. Alguém lembra de algum personagem dos quadrinhos que passou por isso? Sim, senhores o próprio Tony Stark sucumbiu ao alcoolismo tornando-se um bêbado, ao passo para a derrocada final. E sim, tanto Tony como Downey deram a volta por cima em momentos similares. Será que ainda veremos essa fase nos próximos filmes do Vingador Dourado? Seria uma ideia interessante.
A Marvel mostra com esse filme que está sedimentado o seu ambicioso projeto: Tornar-se definitivamente uma empresa voltada para a arte sequencial - HQ e Cinema. Para tanto não mede esforços para que isso ocorra, seu grande projeto Os Vingadores pode vir a se tornar realidade logo a seguir, enquanto isso nós vamos apreciando a tranformação de heróis estáticos no papel figuras mitológicas no imaginário popular. Bom para a Marvel que segue buscando muita referência nos quadrinhos para executar seu projeto, ruim para a sua Distinta Concorrência, que continua a criar no cinema um universo paralelo a sua origem de papel.
O fato é que a Marvel vem mostrando qual o caminho para o sucesso de público em empreitadas as vezes arriscadas, aliar o que já existe, ou seja, as Histórias em Quadinhos com o cinema.

sexta-feira, 23 de maio de 2008

Que indiada, que nada. É Indiana, mesmo.


E o martírio para assistir "O" filme de Indiana Jones.




Chegamos às 17:30h (por aí). Encarando uma fila descomunal para comprar ingresso. Fico sabendo só depois que a próxima sessão seria somente às 21:30h. Saio da fila da compra perto dás 18:00h. Até aí tudo bem, mas já começo a achar um programa atípico para mim. Vou dar umas voltas. Entro e me abanco na Cultura (livraria) o que não é nenhum sacrifício e fico por alí esperando que pelas 20:50 possa ir para a fila do filme. Pelas 19:50h saio da livraria para pegar um "afresco". Olho para o cinema e o susto: já tem uma fila considerável. Solução? Ir para a fila uma hora e meia ates do filme, é como se fossemos ficar praticamente o tempo do filme em um fila (uma coisa impensável para mim). Começo a achar que é um programa de índio. Acompanhado de um amigo cinéfilo de plantão. Calibramos nas pipocas e refris e alí mesmo começamos as prévias para ver na estreia o 4º filme de Indiana Jones. Refris para lá e pipocas a cair, a fila torna-se em determinados momentos divertidos. O pessoal de chapéu e chicote, a mulher gostosa que passa se esnobando toda, ou aqueles fatos pitoresca do cotidiano que todo cinema (principalmente em estréia tem).


Quando nos demos conta não estávamos em um programa de índio, e sim num do Indiana. Sim, estávamos na estreia de um dos filmes mais esperados do ano. E não é qualquer filme é simplesmente o resultado magestroso de duas cabeças chamadas Steven Spielberg e George Lucas. Disso saiu uma quarta sequência extremamente fiel aos outros três.

Passado no ano de 1957, a história tem como pano de fundo um tesouro arqueológico de outro mundo (literalmente). Os inimigos tradicionais (nazistas) dão lugar agora aos russo devido a guerra fria, para melhor ambientalizar esse conflito nada melhor que um embate envolvendo extraterrestres, até a famosa área 51 está nesse filme. Vale também lembrar as constantes citações do primeiro filme (lembra da arca? ela está lá no 4 filme).

Quem sentiu falta de Indiana Jones nos últimos 19 anos, pode matar a saudade nessa quarta sequência. Tudo estava lá, todos os elementos que sempre nos remetem a um dos maiores filmes de aventura de todos os tempos. Vale a pena, filas, demoras, lotação, pois depois que você está lá dentro no escuro do cinema e a musa começa a subir, nada do que existia antes de entrar importa. É você e o Jones em um programa do Indiana.

quarta-feira, 21 de maio de 2008

O Amor é Lindo II

Retirado das memórias insólitas da infância de Leofôncio Cubas.
Quando pequeno onde morava tinha um casal que para nós, gurizada, eram por demais estranho. Era a donha Cidinha e o seu Nereu. É que dona Cidinha tinha aproximadamente uns 2 metros (é claro que para nós isso representava bem mais) enquanto que o seu Nereu tinha uns 1 metro e meio, por aí. Nós sempre olhávamos para eles de forma estranha. Eles no princípio até se chateavam conosco mas com o passar do tempo, se acostumaram a notar os olhares alheios, principalmente de uma gurizada que gostava de arte.
Dona Cidinha, dizia o Guto, era tão alta, mas tão alta que era arcada pela gravidade. Magra do geito que era não tinha como ser reta. O Tiano dizia que era de tanto tentar beijar o seu nereu ficou assim. Já eu achava que ela era um ponto de interrogação e ele um ponto final. Sim, pois o seu nereu era baixinho e gordo, então para achar perfeição naquele casal nós nos acostumamos a chamar de ponto de interrogação e final.
Tirávamos dalí algumas considerações muito interessantes. Uma parte da turma achava que quem mandava alí era a dona Cidinha, pois era maior que ele e parecia mais esguia. Um outro grupo, e eu me incluía nesse, afirmava que quem mandava era o seu Nereu. O nosso argumento era mais contundente: Se a dona Cidinha era o ponto de interrogação, logo perguntava, e o seu Nereu sendo um ponto final ele apenas respondia com uma afirmação e finalização.
Dona Cidinha, diziam alguns sofria dos pulmões. Também pudera, o ar lá em cima devia ser rarefeito e era difícil respirar nessas situações, dizia o Bano. Já o seu Nereu sofria do coração. A minha mãe explicava que era problema de circulação. Eu na minha grande sabedoria já tascava: - O seu Nereu tem problemas de circulação devido ao seu peso. Já imaginou como ele conseguia circular com aquele peso todo por aí?
De qualquer forma era um casal feliz. Não tinha um dia que nós não víamos um afago, um carinho, um beijo carinhoso que ambos se esforçavam para dar (devido ao tipo físico). Mas todo o esforço era recompensado.
Um dia houve uma comoção geral na rua. Toda a vizinhança se alvoroçou. Dona Cidinha batera fortemente com a cabeça na viga de uma porta, e segundo dizem devido aquilo ela veio a falecer tempos depois. Seu Nereu murchou, aquele ponto final emagrecera. Fechou-se dentro de casa e nunca mais vimos ele. Dizem que até hoje ele vive lá na esperança de que a vida e não ele dê por acabado um ponto final, enfim.

terça-feira, 20 de maio de 2008

Batem a porta

Uma observação da CPI do Detran
Toc, toc, toc. Batem a porta de uma palácio de enorme expressão alí logo a frente da praça da Matriz. Do lado de dentro não se ouve nada, nem um sussurro. Parece estarem dormindo ou não estão (o Rio Grande é enorme, sabe como é). Do lado de fora urram raivosos do parlamento. Querem expor a rainha em paça pública. Do seu lado inconsistentes defensores acusam o o inimigo de levar o cachorrinho para tomar banho e ganhar uma nova tosa. Fracos, os guardas do palácio não conseguem evitar que as forças inimigas avancem até as portas da Senhora. Mas na última hora os aliados da guarda palaciana chegam e restabelecem a ordem.
Finalmente ontem mostrou-se o pq da existência da CPI - Derrubar a Governadora. Para tanto, o depoimento de Bassi seguia por uma linha de que ela sabia da suposta fraude do Detran, contando com isso os deputados da oposição não conseguiram disfarçar a ansiedade de chegar as portas do governo.
Extremamentes competentes em acusar (visto que são anos de labuta) os deputados do PT não pouparam palavras para acusar a governadora de ser conivente com o que vinha ocorrendo. Só não usaram a famigerada palavra, aquela, lembra? Impeachment, e foi o deputado Troca (PSDB) que a pronunciou quando disse em alto e bom som que a finalidade dessa CPI é chegar ao governo. A base de oposição rejeitou, alguns chegaram a dizer que nunca pronunciaram isso alí no plenarinho. E aqui está um ato falho, nunca pronunciaram, mas que pensaram, pensaram.
Tanto que parecia um jogo ensaiado, um levantava o outro cortava e a situação tentava desesperadamente (e bota desesperado nisso) defender o que parecia indefensável. Conseguiram com dois reforços que chegaram a tempo de salvar os incapazes defensores do Governo.
O que ficou claro no depoimento do dep. Enio Bassi foi simplesmente além do que já sabia-se pela imprensa, foi a falta de consistência no que dizia. Sim, pois alguém poderia muito bem chegar alí e dizer que não era bem isso e ficaria elas por elas. Foi o que fez o Vice - Governador ao dizer que não teria nada a acrescentar a CPI.
Tudo bem que a CPI do Detran acaba de se suicidar, mas aqui vai umas palavrinhas que não custam lembrar: Nem sempre os aliados do palácio vão estar prontos para intervir. Se a guarda palaciana não se preparar para assuntos tão sérios quanto esses, não sei onde o governo irá parar.

terça-feira, 22 de abril de 2008

O Amor é Lindo I


De um cara chamado Leofôncio Cubas.

Bom, vá lá que aquela mulher não prestasse. Ela roncava, tinha os pés frios e geralmente tinha sobressaltos na cama, que faziam eu pular uns dois metros (Claro, modo de dizer, eram uns 3mm no máximo). Tinha TPM, TDM, TPÓSM, mas sabia que uma semana por mês ela era normal, se bem que até hoje eu não sei quais os períodos que ela era racionalmente sã. Ah! E as vezes arrotava. Tirando esses pequenos pormenores, (por que você sabe, o importante é o amor) ela era levemente gentil, tanto que até me fazia carinho, raríssimas vezes, mas acontecia. Sua arcada dentária, por mais que não completa estivesse, sempre era bom ver seus poucos dentes sorrindo para mim, como era lindo! Teve uma vez, que tragicamente, uma pedra do feijão quebrou um de seus raros dentes e ela engoliu. Com a mesma maestria que havia digerido aquele pequeno objeto, pediu com a sua gentileza de sempre que lhe socasse as costas, a fim de expelir o pequeno objeto, que ainda insistia a entrar garganta a dentro. Fato feito seu pequeno dente cariado voou janela a fora. Mas o amor estava acima dos pequenos detalhes do cotidiano. Um dia cheguei em casa, e um bilhete lindo escrito em papel manteiga, mal escrito, pois seu forte não era o português, revelava seu descontentamento com os meus sentimentos. Dizia que o Ribosmar (nosso vizinho) sabia entender completamente o seu amor, que a fazia rir, bonitinho, não? E decidira ir embora. Apesar de ser uma mulher não tanto em forma (pois forma era o que mais faltava aquele corpo) tinha algo nela que... Não sei dizer, é algo indescritível para por em tão poucas palavras. traíra, mas eu a amava!

segunda-feira, 17 de março de 2008

Negativas


Longe de ser uma referência a Brás Cubas. Mas não é que o fim de um romance é todo de negativas? Primeiro aquele amor jovial, com vida em festa coração palpitando, ao fim o ódio rancoroso, o coração murcho o rosto enrugado e uns quilinhos a mais.
Pedro Anastácio e Luiza Antonieta Rodrigues se conheceram em um bar, apresentados por amigos em comum. Logo na primeira conversa pontos de concordância fizeram deixar para trás aqueles pequenos pontos negativos e (a primeira vista) totalmente despreziveis. Foi arrebatador, logo trocaram telefones, e-mails e orkutiaram-se um ao outro.
Nesse site de relacionamento descobriram que participavam das mesmas 5 comunidades. Óbvio que Pedro não somou a isso as outras 74 que ela não participava e ela as 86, mas era tão pequenas as coisas diferentes da vida que bastava as coisas em comum.
Luiza não gostava de ler, mas Pedro tinha a convicção de que iria fazer dela uma leitora ativa, por isso o presente que mais gostava de dar a ela eram livros. Depois de um certo tempo ele descobriu a inutilidade de tentar torna-la uma ávida leitora, decidiu por dar flores, assim não havia forma de se equivocar.
Com Luiza a situação foi mais prática. A fim de não dar livros para ele (visto que ele passaria mais tempo com as leituras do que se declarando para ela) Antonieta dava roupas para agradar o seu amado.
Nunca decidiam onde ir. Ela queria dançar, ele preferia um bar com um música ao fundo e uma boa conversa intelectual (Ele acredita até hoje que essas conversas foram infrutíferas para ela).
Então surgem as desconfianças, nada de extraordinário no princípio, mas com o tempo a soma disso torna-se catastrófica. E foi o que aconteceu.
Luiza descobriu uma mensagem (enviada equivocadamente) no celular de Pedro que achou fotos do seu ex-namorado (que estavam guardados no fundo morto do armário) nas coisas de Luiza e a casa caiu.
Ela acusava-o de ser dissimulado e metido a gostoso, pois ficava achando-se para essas "guriazinhas". E ele com um tom mais agressivo acusava-a de nunca ter esquecido aquele "grande amor". Tudo veio a tona naquela discussão. Antonieta atirava na cara de Anastácio o fato de ter sempre mensagens aqui e acolá de gurias, ele por sua vez argumentava que ela era totalmente fantasiosa (inclusive indicando para escrever romances policiais, tamanha imaginação) e juntando a isso jogava na cara dela que na verdade ele estava alí para aquecer banco. Foi o fim. Ambos saíram para lugares distintos e nunca mais se viram.
Hoje quando vêem amigos em comum, trocam farpas do tipo "ele era o homem mais mau caráter que já conheci", ou "Ela é uma possessiva e dissimulada (vagabunda seria assumir que ele saia com uma.), ficou comigo enquanto o macho dela estava fora, agora que está voltando me deixa" (Ele tinha esquecido que um tinha deixado o outro).
Os adjetivos não ficaram por aqui (seria necessário um texto só para essa parte), durante meses a fio trocaram insultos ou via amigos ou por telefone ou por e-mail mesmo. Tudo era negativas, não havia nada em comum entre eles. Naquele momento todos os pontos em incomum: o hábito ou não hábito de leitura, as comunidades nada em comum, o gosto pela música (ela gostava de pagode ele de rock), todos esses pontos elevaram - se a tais níveis que seria impossível acreditar que eles um dia tiveram alguma relação sexual, quanto mais uma de 3 anos de conjugal. É estranho como isso salta aos olhos nesses momentos.
Das crenças que ambos quiseram acreditar que existiam, não existem mais. Não que nunca existiram no mundo, tudo se altera, nada fica como foi, nada está sendo como será amanhã, por isso a história é dolorida. Nossas crenças, ideias e filosofias são relativas e temporais, embora quiséssemos que fossem absolutas, eternas, para nossa própria segurança. Não existem verdades absolutas.
Quem se adapta a essas transformações passa brincando. Pedro e Luiza decidiram pelo jeito mais fácil. Cada um em sua trincheira e atirando bala. E nessa batalha ninguém morre, ficam eles com suas individualidades preservadas. E assim caminha, sozinha, a humanidade.

sábado, 15 de março de 2008

Fim da Guerra Civil? Não, acho que não.

Está longe de acabar ao que parece a Guerra Civil na Marvel. Ainda existe os rebeldes e o Homem de Ferro e sua trupe ainda são os vilões. Não adianta agora a Marvel tentar botar consciência nessa turma depois de ter colocados todos esses últimos na vala comum com Duende Verde, Mercenário, etc. A propósito, o Mercenário não tinha sido morto pelo Demolidor? Pois então, o que estamos vendo apartir do "fim da guerra" é simplesmente a continuação dela. Só que agora de forma mais comportada.
Pelo que se pôde notar a Editora vai tentar livrar a cara do Homem de Ferro ( até pq o filme vem aí) e fazer não que tudo volte ao normal, mas deixar as coisas bem encaminhadas. Dos resultados até agora nós temos a morte do Capitão América que se torna verdadeiramente um mártir dessa guerra e fundamentalmente a maior baixa, tendo inclusive a sua morte anunciada por emissoras de tv.]
Com sua morte (ou sei lá até quando) se explica por que Buck, um dos únicos personagens que não havia voltado da morte ainda, está vivo. Com a morte de Steve a ressurreição do seu pupilo tem uma justificativa plausível: Ele será o substituto do Capitão America. O que é elogiável.
Também temos um Tony Starck com consciência pesada que chora ante, o agora, inimigo morto. Como ele responde para o corpo de Steve "Não valeu apena". Sim, não valeu apena essa guerra. O fim foi enfadonho para o que poderia ser desenvolvido. O roteirista deixou a desejar. A guerra simplesmente acaba quando o Capitão decide? Esperava-se mais, com certeza.
Mas como dito acima, essa guerra não acabou e vamos ver muitos dos desdobramentos ao longo de várias edições dos mais diversos títulos. Aja bolso para tirar tanta grana para acompanhar esses títulos.
Vamos lá: O Hulk tá fulo com um pessoal aí que resolveu mandar o cara para o espaço (literalmente); o Homem de Ferro tem que lidar com a sua nova função de comandar a Shield, o homem aranha volta a vestir o seu uniforme negro, mas não se preocupem, lá na frente a Marvel já decidiu como resolver o problema da revelação da identidade de Peter; Vão existir dois grupos de Vingadores os ofíciais liderados pelo Tony e os rebeldes levados Luke Cage. E outras coisinhas mais vão acontecer nesse universo da Editora Marvel, vem aí a invasão (ou será que eles já invadiram e ninguém tinha percebido ainda?) dos Skrull. E me parece ser uma série que promete. Pelo menos o que já foi divulgado até agora parece ser de boa qualidades, mas vamos elogiar de fato quando tudo estiver esclarecido, até lá, vamos lendo...
PS: Não se esquecam dos X-Men. Os caras estão melhores do que nunca. Mas sobre eles será feito uma postagem especial. Até.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

De Cidadão Kane a Hearst e Menino Amarelo

Todos nós temos uma lista (por mais que alguns neguem) dos maiores filmes não vistos. É aquela lista que você teima em acabar com ela, mas as vezes parece interminável.
Na minha lista encontrava-se um filme que sempre vi e li associado a imprensa e também a comics. Por um longo tempo Cidadão Kane viha e saía de meus planos, mas ele estava lá, latente (na verdade boa parte das listas dos "Grandes Nãos" são latentes). Mas ao ler o livro "Roteiro de Cinema e Televisão: A arte e a técnica de Imaginar, Prceber e Nrrar uma Estória" de Flavio de Campos, mais uma vez Cidadão Kane cruzou em meu caminho e decidi assisti-lo. Minha lista acabava de perder mais um dos grnades não vistos.
Ao mesmo tempo que entrava em minha vida a obra máxima de Orson Welles retornava também o texto do livro "Shazam!" de Álvaro de Moya que se chamava "O amarelo na bandeira americana.
Cidadão Kane mostra a grandiosa e decadente história do Kubla Khan dos Estados Unidos, Charles Foster Kane. Dono de uma da maiores fortunas do mundo, o narrador conta a história de um repórter que tenta descobrir o singnificado da palavra Rosebud, as últimas palavras do cidadão Kane. Em forma de flashback a narração começa da morte de Charles, voltando ao início de sua vida, passando pela infância, a assenção chegando ao isolamento, a queda.
O filme por si só é belo. Bem Contruído, pontos de câmeras bem montado, fotografia praticamente impecável, um roteiro apurado e a direção de Orson Welles é invejável. Não é a toa que é considerado por muitos um dos três, se não dois melhores filmes de todos os tempos.
Mas não para vencer "Oscares" suficientes para coroar essa obra, ganhou 1 de melhor roteiro original. É que Welles enfrentou ninguém mais, ninguém menos que o homem que inspirou Orson a fazer Cidadão Kane, Randolph Hearst. Este não gostando do modo como foi exposto, protagonizou uma das maiores batalhas já vistas na mídia, resultado: Orson Welles nunca mais conseguiu fazer nada a altura de Cidadão Kane e Hearst tornou-se o que Welles tinha previsto em seu brilante filme, um homem isolado e ignorado pelo mundo, lembrado agora apenas pelo filme que quis destruir.
Randolph Hearst (o cidadão Kane) e Pulitzer contracenaram ( na vida real) outra batalha, mas agora no campo da imprensa. Desse embate sugiu o que chamam de Boom da imprensa americana. No final do século XIX e início do século XX Hearst e Pulitzer degladiaram-se por maio venda de jornais. Os dois popularizaram a imprensa escrita, mas Hearst foi muito mais além, se a notícia não acontecia ele fazia acontecer, resa a lenda que foi ele quem começou a guerra contra a Espanha em 1898. Surge a imprensa sensacionalista.
Mas os jornais precisavam vender mais, alcançara um público cada vez mais popular. Os jornais durante a semana vendia bem e cresciam vertinosamente, mas aos domingos era um fracasso. Também, quem sairia domingo para ir até uma banca se o hábito era de, ao caminho do trabalho, comprar um jornal? Surgem então os suplementos dominicais coloridos e em 1895 nasceno New York World o primeiro personagem periódico em quadrinhos dos Estados Unidos: O Menino Amarelo.
Nesse momento histórico "nasciam duas coisas importantes: os comics como concebemos hoje, com personagens periódicos e seriados; e o termo "jornalismo amarelo" para designar imprensa sensasionalista, em busca do sucesso fácil com o grande público". Está certo que quando chegou no Brasil o camisolão amarelo do menino desbotou e ficou marrom, mas é amarelo, está lá no filme Cidadão Kane quando o narrador dá notícia do óbito: "... and the Great Yellow journalist himself live to be history...".
O Menino Amarelo também iria motivar um dos primeiros processos autoriais da imprensa quando o personagem se transferiu do World de Pulitzer para o New Journal de Hearst (o próprio Kane), o que eu chamaria de espólio de grerra.
Começando com Orson Welles na batalha por seu filme, da luta de Hearst contra Pulitzer e chegando ao Menino Amarelo é fácil imaginar porque Cidadão Kane é um dos maiores filmes de todos os tempos, pois não retrataa história apenas de um magnata da imprensa, ele conta a história do surgimento do jornal como conhecemos hojee para os fãs de Histórias em Quadrinhos, os comics por meio do Menino Amarelo.

domingo, 3 de fevereiro de 2008

O Retorno a Peleja. Sigam-me os bons


Como merda pouco é bobagem quando eu pisei em uma bosta (não em um bosta) ontem já estava achando que era dinheiro. Digamos que saí no débito entre os prós e contras no ano de 2007. Sim, senhores e senhoritas saí liso, leso e solto. Agora que as luzes se acenderam novamente posso ver que ainda não me roubaram a minha coleção dos X-Men ( o que nessas alturas do campeonato seria uma perda ínfima perto da tempestade que se abateu nesse corpinho aqui(modo carinhoso) .

De tudo alguns aprendizados: consigo ficar sozinho e descobri que depois de muito pensar em drogas(em divagações solitárias) começa uma outra parte que é a produção intelectual (essa de grande valia para a minha sanidade); também acabei descobrindo que não tenho tendência a depressão (ou seja quando eu tô de cara, é pq eu realmente quero bater em alguém ou simplemente cuspir na cara, não estou depressivo ou tristinho); e sim, caros amigos, aqueles caras que você acha que são malas por te incomodar para você dar certo na vida são sim teus amigos e tua família, pois os demais que por qualquer porraloquice te deixaram na mão ou simplesmente tiveram pití nunca deveriam ter merecido sequer uma leve atenção sua (quanto mais em algumas situações amar).

Sim caro leitor, é nesses momentos que depois que a bosta se espalha você descobre coisas fantásticas em mundo não tão engraçado assim. E que no sol a merda seca e vai embora, e fica você.

Portanto parti do princípio que devo me importar comigo mesmo em primeira lugar para depois começar a pensar nos outros. Em Porto Alegre redescobri coisas que nunca deveriam ter saído de minha rotina, coisas como Cidade Baixa, Goeth, sarau elétrico, livraria cultura, cinemark, casa de cultura Mario Quintana, Mercado Público, ou seja, voltei a minha boemia linda e translúcida onde desfilam saberes e conhecimentos básicos para o nosso mundo.
Desculpem aqueles que ficaram para tráz, pois o olhar é para frente, se ficou no meio do meu furacão nunca poderia ter entrado nele comigo, pois não poderia e nunca poderão saberão quão fortes e resistentes ficamos a grandes tempestades e intempéries da vida. Aos que ficaram no caminho até, aos demais sigamos adiante e muito obrigado.