quarta-feira, 14 de julho de 2010

Posso Perguntar?

Um continho antigo que achei perdido por aí.

Um homem e uma mulher, estranhos um ao outro, estão presos no elevador. Ele, então se dirige para ela:
- Posso perguntar?
- O quê?
- Não sei. Tenho dúvidas. Posso perguntar?
- Mas se você não me disser o que, eu não saberei se vou poder responder.
- Isso importa? Quer dizer... Tenho que obrigatoriamente ter uma pergunta formulada para receber uma resposta pronta?
- É o mínimo. – Responde ela ironicamente.
- Mas eu quero perguntar.
- Sobre o que?
- Quero indagar, ter respostas, enfim, quero perguntar.
Ela ameaça por a mão no rosto como forma de indignação, mas se contém.
- Seja mais claro.
- Se eu tivesse clareza sobre o que eu quero perguntar eu não indagaria. Não acha?
- Ai, ai.
- Quando pergunto quero respostas
- O que você quer saber?
- Você já me perguntou isso. E quem tem dúvidas sou eu.
- Por que só você tem dúvidas? Eu não posso ter?
- Pare de perguntar. Esse é meu papel.
- Agora você está afirmando?
- Mas que coisa! Para de perguntar. Lembra? Alôo! Eu pergunto.
- Está certo. Então, vá lá. O que quer saber?
- ...
- Tudo bem, pergunte.
- Sei lá, quero perguntar. Faz uma hora que estamos presos no elevador e até agora não sei nem seu nome.
- Lúcia.
- Mas eu não perguntei nada!
- Então pergunte o meu nome.
- Não me diga o que tenho que perguntar... Mas é uma boa idéia para uma pergunta...
Qual é o seu nome?
- ... (silêncio) Lúcia. – Responde com uma cara típica de quem está prestes a cometer um assassinato.
- Prazer, o meu é Marcelo.
E passaram mais 40 minutos até que alguém da manutenção concertou o elevador e os dois saíram. Ela soltando “fogo pelas ventas” e ele com um sorriso de satisfação, tinha, finalmente começado uma conversa uma mulher.
E o guardinha da portaria só olhando.