Só mais um dia. Estou sóbrio há três semanas, 2 dias e 14 horas. Não, não sou alcoólatra, muito menos uso drogas. Eu amei, ou algo muito semelhante a isso, e não me venham com essa de que amor é amor e ponto, não me convence.
Todos os dias me levanto, tomo meu café e digo para mim mesmo: "só por hoje". Não é fácil, vou dizer, com todas essas tecnologias e comunicação é praticamente um ato heróico se manter sóbrio. É um whats lançado a esmo, um face numa curtida ou mensagem furtiva e o tratamento vai para o espaço.
Acredite amigo, as tentações são grandes. É muito acesso a esse tipo de drogas no mercado.
Isso piora consideravelmente quanto estamos bêbados, nosso celular com a bateria bombando, grita, berra para fazermos uma besteira. Descobre-se aí a força de vontade de um viciado, o quanto nós, apaixonados temos que lidar constantemente com o fato de não ceder, não se entregar. Aí você diz: "Vai lá, tome coragem, mostre-se". Mostrar-se quer dizer ficar refém, vulnerável. Nossa integridade nesse momento deve ser preservada.
É um vício danado esse, hã cura, sei, o tal tempo, mas cá entre nós, esse tempo tem suas mensurações distintas para cada viciado, e para cada dose do quanto a droga te afetou, alterou suas percepções, noções da razão, da lógica. O Vício diz: "vai lá, mais uma dose", e o viciado em recuperação briga constantemente contra isso. Entendo os alcoólatras, drogados em cocaína, craque, drogas sintéticas e outras substâncias, são eternos viciados na tentativa de controlar uma droga que os tira do prumo. Mas acredite, amar é a pior das drogas. Ela te tira do centro, te desconcerta, te arremessa ao sentimentalismo absurdo que obscurece a razão. Te deixa embriagado e muitas vezes, na sua grande maioria ofusca sua visão. É, meu amigo, não ame. E se for amar deixe que lhe ame também, assim podem, os dois curtir o barato juntos.
Acabo de lançar um whats, não houve respostas... vácuo...
Estou sóbrio há cinco minutos, 32, 33, 34 segundos...
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