terça-feira, 22 de abril de 2008

O Amor é Lindo I


De um cara chamado Leofôncio Cubas.

Bom, vá lá que aquela mulher não prestasse. Ela roncava, tinha os pés frios e geralmente tinha sobressaltos na cama, que faziam eu pular uns dois metros (Claro, modo de dizer, eram uns 3mm no máximo). Tinha TPM, TDM, TPÓSM, mas sabia que uma semana por mês ela era normal, se bem que até hoje eu não sei quais os períodos que ela era racionalmente sã. Ah! E as vezes arrotava. Tirando esses pequenos pormenores, (por que você sabe, o importante é o amor) ela era levemente gentil, tanto que até me fazia carinho, raríssimas vezes, mas acontecia. Sua arcada dentária, por mais que não completa estivesse, sempre era bom ver seus poucos dentes sorrindo para mim, como era lindo! Teve uma vez, que tragicamente, uma pedra do feijão quebrou um de seus raros dentes e ela engoliu. Com a mesma maestria que havia digerido aquele pequeno objeto, pediu com a sua gentileza de sempre que lhe socasse as costas, a fim de expelir o pequeno objeto, que ainda insistia a entrar garganta a dentro. Fato feito seu pequeno dente cariado voou janela a fora. Mas o amor estava acima dos pequenos detalhes do cotidiano. Um dia cheguei em casa, e um bilhete lindo escrito em papel manteiga, mal escrito, pois seu forte não era o português, revelava seu descontentamento com os meus sentimentos. Dizia que o Ribosmar (nosso vizinho) sabia entender completamente o seu amor, que a fazia rir, bonitinho, não? E decidira ir embora. Apesar de ser uma mulher não tanto em forma (pois forma era o que mais faltava aquele corpo) tinha algo nela que... Não sei dizer, é algo indescritível para por em tão poucas palavras. traíra, mas eu a amava!