segunda-feira, 17 de março de 2008

Negativas


Longe de ser uma referência a Brás Cubas. Mas não é que o fim de um romance é todo de negativas? Primeiro aquele amor jovial, com vida em festa coração palpitando, ao fim o ódio rancoroso, o coração murcho o rosto enrugado e uns quilinhos a mais.
Pedro Anastácio e Luiza Antonieta Rodrigues se conheceram em um bar, apresentados por amigos em comum. Logo na primeira conversa pontos de concordância fizeram deixar para trás aqueles pequenos pontos negativos e (a primeira vista) totalmente despreziveis. Foi arrebatador, logo trocaram telefones, e-mails e orkutiaram-se um ao outro.
Nesse site de relacionamento descobriram que participavam das mesmas 5 comunidades. Óbvio que Pedro não somou a isso as outras 74 que ela não participava e ela as 86, mas era tão pequenas as coisas diferentes da vida que bastava as coisas em comum.
Luiza não gostava de ler, mas Pedro tinha a convicção de que iria fazer dela uma leitora ativa, por isso o presente que mais gostava de dar a ela eram livros. Depois de um certo tempo ele descobriu a inutilidade de tentar torna-la uma ávida leitora, decidiu por dar flores, assim não havia forma de se equivocar.
Com Luiza a situação foi mais prática. A fim de não dar livros para ele (visto que ele passaria mais tempo com as leituras do que se declarando para ela) Antonieta dava roupas para agradar o seu amado.
Nunca decidiam onde ir. Ela queria dançar, ele preferia um bar com um música ao fundo e uma boa conversa intelectual (Ele acredita até hoje que essas conversas foram infrutíferas para ela).
Então surgem as desconfianças, nada de extraordinário no princípio, mas com o tempo a soma disso torna-se catastrófica. E foi o que aconteceu.
Luiza descobriu uma mensagem (enviada equivocadamente) no celular de Pedro que achou fotos do seu ex-namorado (que estavam guardados no fundo morto do armário) nas coisas de Luiza e a casa caiu.
Ela acusava-o de ser dissimulado e metido a gostoso, pois ficava achando-se para essas "guriazinhas". E ele com um tom mais agressivo acusava-a de nunca ter esquecido aquele "grande amor". Tudo veio a tona naquela discussão. Antonieta atirava na cara de Anastácio o fato de ter sempre mensagens aqui e acolá de gurias, ele por sua vez argumentava que ela era totalmente fantasiosa (inclusive indicando para escrever romances policiais, tamanha imaginação) e juntando a isso jogava na cara dela que na verdade ele estava alí para aquecer banco. Foi o fim. Ambos saíram para lugares distintos e nunca mais se viram.
Hoje quando vêem amigos em comum, trocam farpas do tipo "ele era o homem mais mau caráter que já conheci", ou "Ela é uma possessiva e dissimulada (vagabunda seria assumir que ele saia com uma.), ficou comigo enquanto o macho dela estava fora, agora que está voltando me deixa" (Ele tinha esquecido que um tinha deixado o outro).
Os adjetivos não ficaram por aqui (seria necessário um texto só para essa parte), durante meses a fio trocaram insultos ou via amigos ou por telefone ou por e-mail mesmo. Tudo era negativas, não havia nada em comum entre eles. Naquele momento todos os pontos em incomum: o hábito ou não hábito de leitura, as comunidades nada em comum, o gosto pela música (ela gostava de pagode ele de rock), todos esses pontos elevaram - se a tais níveis que seria impossível acreditar que eles um dia tiveram alguma relação sexual, quanto mais uma de 3 anos de conjugal. É estranho como isso salta aos olhos nesses momentos.
Das crenças que ambos quiseram acreditar que existiam, não existem mais. Não que nunca existiram no mundo, tudo se altera, nada fica como foi, nada está sendo como será amanhã, por isso a história é dolorida. Nossas crenças, ideias e filosofias são relativas e temporais, embora quiséssemos que fossem absolutas, eternas, para nossa própria segurança. Não existem verdades absolutas.
Quem se adapta a essas transformações passa brincando. Pedro e Luiza decidiram pelo jeito mais fácil. Cada um em sua trincheira e atirando bala. E nessa batalha ninguém morre, ficam eles com suas individualidades preservadas. E assim caminha, sozinha, a humanidade.

sábado, 15 de março de 2008

Fim da Guerra Civil? Não, acho que não.

Está longe de acabar ao que parece a Guerra Civil na Marvel. Ainda existe os rebeldes e o Homem de Ferro e sua trupe ainda são os vilões. Não adianta agora a Marvel tentar botar consciência nessa turma depois de ter colocados todos esses últimos na vala comum com Duende Verde, Mercenário, etc. A propósito, o Mercenário não tinha sido morto pelo Demolidor? Pois então, o que estamos vendo apartir do "fim da guerra" é simplesmente a continuação dela. Só que agora de forma mais comportada.
Pelo que se pôde notar a Editora vai tentar livrar a cara do Homem de Ferro ( até pq o filme vem aí) e fazer não que tudo volte ao normal, mas deixar as coisas bem encaminhadas. Dos resultados até agora nós temos a morte do Capitão América que se torna verdadeiramente um mártir dessa guerra e fundamentalmente a maior baixa, tendo inclusive a sua morte anunciada por emissoras de tv.]
Com sua morte (ou sei lá até quando) se explica por que Buck, um dos únicos personagens que não havia voltado da morte ainda, está vivo. Com a morte de Steve a ressurreição do seu pupilo tem uma justificativa plausível: Ele será o substituto do Capitão America. O que é elogiável.
Também temos um Tony Starck com consciência pesada que chora ante, o agora, inimigo morto. Como ele responde para o corpo de Steve "Não valeu apena". Sim, não valeu apena essa guerra. O fim foi enfadonho para o que poderia ser desenvolvido. O roteirista deixou a desejar. A guerra simplesmente acaba quando o Capitão decide? Esperava-se mais, com certeza.
Mas como dito acima, essa guerra não acabou e vamos ver muitos dos desdobramentos ao longo de várias edições dos mais diversos títulos. Aja bolso para tirar tanta grana para acompanhar esses títulos.
Vamos lá: O Hulk tá fulo com um pessoal aí que resolveu mandar o cara para o espaço (literalmente); o Homem de Ferro tem que lidar com a sua nova função de comandar a Shield, o homem aranha volta a vestir o seu uniforme negro, mas não se preocupem, lá na frente a Marvel já decidiu como resolver o problema da revelação da identidade de Peter; Vão existir dois grupos de Vingadores os ofíciais liderados pelo Tony e os rebeldes levados Luke Cage. E outras coisinhas mais vão acontecer nesse universo da Editora Marvel, vem aí a invasão (ou será que eles já invadiram e ninguém tinha percebido ainda?) dos Skrull. E me parece ser uma série que promete. Pelo menos o que já foi divulgado até agora parece ser de boa qualidades, mas vamos elogiar de fato quando tudo estiver esclarecido, até lá, vamos lendo...
PS: Não se esquecam dos X-Men. Os caras estão melhores do que nunca. Mas sobre eles será feito uma postagem especial. Até.