quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Mea Culpa

As eleições estão aí. Os políticos com suas propostas, os eleitores nada receptivos para as propostas deles. Panfletos no chão, xingamentos nas ruas, aquelas chamando o fulano de ladrão, o outro de sem vergonha (coisas básicas). As pessoas dizendo que não aguentam mais política, que “são tudo um bando de ladrão”. Ou seja, o de sempre. Acontece que se mantêm as mesmas coisas e o povo continua achando que a culpa é dos políticos. Cá entre nós, cada um de nós tem sua mea culpa nisso.
Acontece que ao não acreditarmos mais em políticos, não estamos mais confiando em nós mesmos. Sim, pois quando estamos votando em alguém ou apostando na proposta do candidato se supões que nosso valor de juízo está certo e, portanto, estamos acertando no que estamos fazendo. Sim, senhores, ao fazermos escolhas estamos acreditando em nosso percepção. Pressupõem - se que estamos avaliando de forma correta em quem devemos confiar e em quem não devemos, portanto a escolha parte desse pressuposto.
Será? Vivemos em um mundo imediatista, nossa memória está trabalhando com a observação do agora, não do antes e depois. Nós dizemos: “os políticos nos enganam”. Mas será que não somos nós mesmos que nos enganamos a cada eleição e continuamos a nos enganar pelo simples fato de acharmos cômodo isso? É fácil colocarmos a responsabilidade nossa em outros. Isso nos tira o peso de acharmos que erramos e que continuamos errando pelo simples fato do comodismo ou do “não tenho nada a ver com isso”. Façamos uma avaliação de consciência em relação a isso.
Nós deixamos que outros escolham por nós, assim culpamos esses outros. Quando a imprensa ou amigo avalia um determinado político tomamos aquilo como verdade. Mas será a nossa verdade? Somos nós que os condenamos ou o que está escrito ou falado por terceiros? É assim que escolhemos nossos candidatos, quando não escolhemos na hora de votar (já ouviu falar em boca de urna? Santinhos no chão da entrada da votação?).
Ao chegar a época de eleição devemos procurar avaliar isso tudo. E quando avaliamos com discernimento e observação apurada acertamos, ou pelo menos chegamos bem perto disso, pois somos seres humanos e estamos propensos ao erro, mas persistir no erro significa acomodação ao que deveríamos ter aprendido. Se erramos sempre é porque não estamos aprendendo com nossos erros.
Por isso, nessas eleições façamos uma avaliação de consciência. Quem está errado? O político por ter sido escolhido por nós, ou nós que o escolhemos sem o critério de inteligência que temos?

2 comentários:

JORGE SILVA disse...

Muito bom meu amigo Oscar.....
Um abraço

JORGE SILVA

Leonardo Ucha disse...

Mas é aí que reside o problema: o que são os políticos? Profissionais do ramo? Sabes bem que políticos somos todos nós e é justamente este discurso, da escolha do político, que distorce e empobrece o processo, visto nos dias de hoje como lugar do ladrão.

Hannah Arendt já dizia que enquanto os indivíduos estiverem preocupados com as suas necessidades de sobrevivência, jamais serão sujeitos políticos.

Um abraço
Leo