quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Intervalo - Eleições Americanas - Obama


Como não existe espaço para ficar duas publicações lado a lado no blog, apartir de agora vai acontecer entre os anjos caídos os "INTERVALOS". São textos que tratam das mais diveras áreas. Hoje é sobre as eleições americanas e o fenômeno Obama.


SIM, ELES PODEM!

As eleições americanas foram um espetáculo bem ao estilo hollywoodiano. O mal o bem, o herói, o bandido que se redime no final, a reconquista do sonho perdido: Democracia e Liberdade. O mundo ficou acordado até altas horas da madrugada para ver no final o moçinho vencer e vê-lo presidente eleito da maior potência do mundo. E nós ficamos alí observando cada desdobramento dessa história.
E ficou claro, eles podem!
Não são a maior potência a toa, não construiram o que construíram para vir a família bush e botar tudo à terra arrasada. Não, eles não iam deixar assim.
Tinha passado por uma eleição vergonhosa na primeira do Bush filho, onde milhares de pessoas não tiveram seu direito de votar válido, principalmente negros. E pela bagatela de 500 votos a mais, na mão grande o premio nobel da paz deu adeus a política e foi cuidar da natureza. O país da democracia deixava claro que o seu sistema "democrático" era ineficiente e falho. As bases começaram a ruir.

Houve o 11 de setembro. O mundo viu de boca aberta a maior potência mundial ser atingida no seu coração (o bolso). Cá entre nós, ninguém ainda explicou direito aquilo, os cospiradores de plantão dizem que foi o próprio governo que armou tudo para justificar o ataque ao "oriente petrolífero médio". Mas tudo bem.

Ok. Invadiram o Afeganistão atrás do Obama, digo Osama, depois com a justificativa de estarem fazendo arsenal nuclear, e sem o consentimento da ONU (para que mesmo?) invadiram o Iraque, não acharam lhufas, mas continuam lá procurando (é o que as más línguas dizem).
Como se não bastasse as guerras, os EUA se negam a assinar os acordos que se referam ao meio ambiente, a emissão de gases tóxicos. Mas não tem problema eles só são responsáveis por 25% da emissão de gases na atmosfera, tá tudo bem.

Desacreditados, ameaçados, arruinados moralmente, abrindo falência, os EUA entraram nas eleições com um único propósito: revogar toda essa imagem que a grande potência criou no imaginário mundial. De um lado o braquelo rambo do Vietnã do outro o negro intelectual de Harvard. Em um país que não esconde o racismo, aí estava a prova de escancarar de vez o que todos sabíamos sobre o histórico dos negros na América. Mas contrariando todos os pessimistas de plantão, Obama foi eleito o 44º presidente dos Estados Unidos da América.

As eleições vieram a provar que sim, eles podem! Levaram milhões às urnas, e em uma eleição histórica não só mudaram a cor do presidente dos EUA, mas mostraram que em uma eleição eles podem mudar tudo o que pensam deles. Agora existe um país onde o sistema eleitoral é o mais democrático do mundo, pois é representativo e fez com que milhões fossem às urnas exigir mudanças. Que antes da guerra existe o diálogo, franco e aberto (até o Hugo Chaves se rendeu a a Obamamania). Que sim, deve ser revisto os acordos de emissão de gases na atmosfera e que é preciso rever a guerra do Iraque assim como do Afeganistão.

Em uma única eleição, um país abatido pelo medo viu em Obama a representação maior da mudança. Negro, de origem mulçumana, Barack foi a representação dos EUA para o mundo de que sim, eles podem mudar e mudar a opinião de quem quer que seja sobre os USA. Os americanos, e eu digo todos, provaram nessas eleições porque são a maior potência desse planeta, pois acima de tudo eles querem e podem!


sábado, 8 de novembro de 2008

Anjos Caídos - Capítulo I - Apresentações - Parte III

Fim da tarde. A mão fria da noite chega devagar. As pessoas se avolumam nas calçadas, os carros amontoam-se em disputa de espaço vazio e na avenida, flores disputam espaços com pedestres que teimam em cruzar fora da faixa de segurança.
Um homem em sua bicicleta usa sua roupa branca coberta por finas e dispersas farinhas que voam ao vento. No caroneiro uma cesta de pães pendura-se como malabarista. Ele corre apressado, está atrasado, costura os pedestres e adentra à avenida com displicência. A sinaleira logo a frente vai fechar e ele não irá ver isso.
Do beco sujo par a avenida movimentada saem Lúcifer com o anjo, ele a trás pela mão.
- Quero lhe apresentar Estevan, ele é argentino e chegou aqui há 11 ano, trabalha como padeiro - E aponta para o homem da bicicleta - Tem 5 filhos com uma brasileira chamada Nice. Ela cuida da casa enquanto o marido corre para sustentar a sua miserável família. Distribui comida que na sua casa falta. Ele espera chegar em casa cedo, corre para entregar a última encomenda, mas hoje não é seu dia. Um carro em alta velocidade cruzará a avenida e pegará em cheio o pobre ciclista de pães.
Manakel se afasta de Lúcifer com raiva e violência. Ele ri. Há um carro que cruza a avenida. Percebendo a cena e marcada de preocupação e anseio aponta o braço em sua direção:
- Afasta a dor que beija a morte _ Clama Manakel
O motorista desvia do curso fatal. Bate em um hidrante na esquina onde passa. A água se avoluma ao céu, cobrindo visões dos transeuntes. O jovem ciclista parece ter se salvado.
- Obrigada, pai! - Resa Manakel por pouco tempo.
O jovem corre para passar o aguacedo. Não enxerga nada, a água o atrapalha a visão. Um caminhão tenta desvenciliar-se do tormento. Acelera. Os dois abraçam-se na esquina. A lei da física faz com que Estevan voe já sem vida para o alto e depois ao chão.
- Não! - Manakel vê aquilo em pavor. Ela acredita que fez tudo certo para salvar a vida. Então, o que? Ela cai de joelhos lamentando. Chora encolhida como protegida em útero materno.
Lúcifer a observa em silêncio, calado. Sério.
- Oh, Senhor! Vós me destes o poder de suplantar a dor! E agora em sua ira divina me mostra a face cruel da morte como um castigo a minha queda... - Ela levanta seu olhar para Lúcifer - Ou foste tu, rei das trapaças, que fez a morte se anunciar diante de mim.
Lúcifer levanta Manakel pelo braço e a joga na parede dizendo:
- Tola Manakel! Acaso tu crês que a dor, a morte são obras da causa divina? - Ele segura o rosto de Manakel e força a olhar para o acidente - Olhe, Manakel! Olhe! Veja se não é o homem, que em seu livre arbítrio, procura na imprudência e acaso, a morte!
- Afasta-te, mentiroso! Ser vil! - Exclama Manakel empurrando Lúcifer que começa a rir sarcasticamente. Ele leva a mão ao bolso, tira um cigarro. Ela pergunta - Você ri de mim com total descaso? - Lúcifer esbofeteia Manakel.
- Acorda!
Manakel baixa a cabeça. O tapa dói mais dentro da alma que no rosto. Em desânimo e súplica ela olha par dentro de si e reza.
- Oh, Pai! Falhei mais uma vez. Como na primeira vez. Me rebelei e caí...
- Seja bem - vinda à turma - Ironiza Lúcifer.
- Assim como agora, não pude acalmar a cólera da humanidade e...
- Ainda achas que é tua culpa as falhas humanas? Que de ti depende a salvação dessas pobres figuras?
- O que queres Lúcifer, senhor da mentira.
- Lhe dar um sopro de vida.
- Como?
- Assim...

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Anjos Caídos - Capítulo I - Apresentações - Parte II

O lixo se acumulava, ratos disputavam comidas com vermes. Disputa inglória, os roedores são sempre superiores. Salvo quando mortos e quando os seres menores tornam-se únicos.
Nesse beco deitada em berço nada esplêndido está Manakel desacordada. Ao lado dela Lúcifer a observar e canta: "Nana nenê, que eu vou te pegar, papai tá no céu e mamãe no seu lugar."
Manakel dispersa ainda confusa:
- Dói muito - sussurra ela.
- É a dor da humanidade que nos causa - Ironiza Lúcifer.
- Veio me receber em tua salvação? - Pergunta Manakel a Lúcifer.
- Não salvo ninguém, Manakel. Eu apenas mostro o nosso mundo.
Manakel senta e abraçada a seus joelhos chora.
- Falhei com meu pai. E em minha desgraça me rebelei e caí.
- Seja bem vinda a turma.
- Não pude acalmar a cólera dos homens...
- Pobre tola - Interrompe Lúcifer ferozmente - Ainda achas que és tua culpa pelas falhas humanas? Que de ti depende a salvação dessas pobres almas?
- O que queres de mim, senhor da mentira?
- Te mostrar a verdade, anjo caído. E que essa doa mais que a dor de ser mortal.
Lúcifer se levanta, estende a mão e diz, agora suavemente.
- Venha! E eu te mostrarei toda a dor, muito que da tua queda.
Na alta tarde o sol se apresenta como refúgio ao frio que teima em percorrer nossas ruas.
Lúcifer, aquele que tráz a luz, inclina-se em direção a Manakel que encostada a latas de lixo parece convidativa à mão que se estende a ela.
-Vamos, Manakel, vamos ver o meu mundo, quero lhe apresentar...