segunda-feira, 30 de junho de 2008

Começa a Lei Seca


Foi-se o tempo em que o pessoal saía para tomar todas. Sim, senhores, não há mais trégua. Há em todos os lugares, ou bares uma certa apreensão. Pesquisas já indicam o aumento do consumo de refrigerantes e cervejas sem álcool (cá entre nós,o que leva um cidadão beber cerveja sem álcool, por favor, alguém me explica). Os bares já dão sinal de alerta, lugares consagrados pela boemia correm o risco de se tornar um antro de conservadores cultuando o açúcar (Deus Baco, deve estar muito de cara com essa afronta).


Recentemente em uma narrativa comovida um amigo me contou que numa janta com amigos sobrou cerveja e faltou refrigerantes, ele narra que alguns começaram a apelar para a água (uma cena lamentável, segundo ele). A festa parecia bombar, um freezer cheio de cerveja, mulheres bonitas e amigos bacanas. Começou a festa, o pessoal começou a beber refri porque logo em seguida iriam comer alguma coisa (essa era a desculpa), depois argumentaram que estavam estufados e a desculpa final foi que tinham que ir para casa dirigindo, resultado: três caixas de cerveja sobraram (haviam quatro).


Os rapazes ficaram de cara, pois aquela velha desculpa do "eu estava bêbado" não funcionou, no final sobraram mulheres solteiras em festas que dificilmente isso acontecia. As meninas, lindas, não se desinibiram e isso tornou a festa um marasmo (meu amigo conta que teve uma hora que queria cortar os pulsos). No final das contas combinaram que a próxima festa se chamará a Festa do Táxi. Esses por sinal são os que mais agradecem, cresce o seu consumo (ou diria utilização).


Com todo esse aué, criou-se também o motora da galera. É o cara que vai ter que ficar de cara e aguentar um bando de bêbado no carro. O pessoal já começa a se organizar, se em um carro cabe cinco, quatro vão se afundar na bebida, enquanto um ficará só na água. Uma turma de amigos já escolheu que a cada dia de festa em bares um será o motorista, até porque é sacanagem apenas um pagar o pato.


E assim caminha a humanidade, para todos os novos desafios à humanidade, sempre consegue-se dar um jeito, é uma questão de sobrevivência da espécie, um novo modo de ver como nós conseguimos atravessar adversidades. A boemia, ou seja lá como ela se chama hoje, chega a mais um desafio, e pelo que se observa estão conseguindo resolver de uma forma ou de outra. Trata-se de uma mudança de mentalidade, alguns são contrários, outros a favor, mas convenhamos, nenhuma mudança é um mar de rosas. Seja como for, parece que a Lei Seca veio para ficar, e se veio para isso que traga mudanças significativas para quem passar por isso.
Eu, no meu caso, sigo no bom e velho táxi. Até porque não confio na minha direção de um carro quando estou com um determinado nível de álcool, é uma questão de gosto, ou simplesmente falta de sobriedade suficiente.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

A Múscia como Obrigação no Ensino Básico

Na quarta - feira do dia 28 de maio foi aprovada pela Comissão de Educação e Cultura a obrigatoriedade do ensino da música o ensino básico. É de elogiar a iniciativa de ter a música como conteúdo obrigatório no ensino básico. Com tanta deficiência na nossa educação talvez algo desse impacto sirva para formar seres sensíveis a arte musical. Mas ao mesmo tempo que elogio, acho que é tacanha e tímida essa mudança. Estudar artes tendo a música como principal aprendizado entre as artes é no mínimo temerário.
Estamos ainda tratando o ensino da arte de forma estreita e segmentada. E é aí que está o erro, não se pode estudar, ou pelo menos compreender a arte de forma unilateral.
É como deixássemos de lado o contexto histórico-cultural que envolve não só a música mas todas as artes que são influenciadas por esses fatores. Estudar artes não é somente aprender música ou pintura ou literatura ou teatro ou cinema, ou HQ e sim ter a percepção do todo que essas artes compreendem.
Quando estudamos artes estamos apreendendo a cultura de um povo e suas manifestações nas mais diversas formas, por isso não se pode compreender arte apenas sob o ponto de vista de uma especificamente, pois assim não estaremos formando, agora sim, cidadãos capazes de compreender essas relações com o mundo onde eles vivem.
Sim, educar é compreender e dar ao educando todas as faces possíveis, para que esse se torne um homem ou mulher ativo em seu mundo, ser de compreensão do meio onde vive. Tendo entendimento tanto do passado (pois estudar arte é também estudar a sua história) como o seu presente para pisar com pés firmes no futuro.
Mas da mesma forma que faço essas críticas, também compreendo que é necessário termos educadores competentes e sabedores de seu compromisso, assim também como materiais específicos para esse estudo. Ou seja, pelo andar da carroagem, vai longe ainda uma formação séria no que diz respeito a arte. Mas estamos no caminho, cambaleantes, cantantes e falantes, mas no caminho (pelo menos eu tenho que acreditar nisso).