Sim, alguém pode até dizer que essa pastagem está atrasada e que depois de Indiana, o Homem de Ferro passou para as estatísticas. Mas era preciso apurar, observar mais profundamente o lançamento de um filme como esse, na situação posta e tudo o que mais está envolvido o filme do Homem de Ferro.
Lançado no Brasil logo após a estarrecedora obra Guerra Civil ( mini-série da Marvel) onde coloca o enlatado como o grande vilão dos ideais heróicos, responsável indiretamente pela morte do Capitão América, para os fãs das Histórias em Quadrinho ver um filme como esse alcançar os níveis de bilheteria parece surpreendente, mas não é. O lançamento mostra a disposição que a Marvel tem para se tornar uma verdadeira potência nos cinemas.
Primeiro busca nos quadrinhos a fidelidade para com o personagem, nada foge ao tom do herói de ferro. Os personagens e suas relações com Tony Stark estão lá: James Rhodes, amigo de Tony e supostamente no próximo filme venha a ser Máquina de Ferro; Pepper Pots, secretária e suposta relação amorosa, e tantos outros que fazem parte do universo de Stark.
Para atualizar a história do heróis foi utilizado o conflito atual entre os EUA e o Iraque (diferente do original onde os inimigos eram vietcongues). Seus inimigos são de origem árabe e não mais os homens de olhos puxados. Isso foi importante para trazer aos tempos modernos a história. Foram utilizados espaços geográficos tipicamente daquela região do Afeganistão, Iraque, enfim modernizando o personagem já com algum tempo de bagagem.
As armaduras são fiéis ao original das HQ e são o ponto alto do filme. Mas está em Robert Downey Jr o principal foco. Não poderia ter sido outro ator a interpretar o papel. Depois de lograr a fama em Chaplin, Jr simplesmente entrou em uma depressão profunda e e se entregou ao álcool. Alguém lembra de algum personagem dos quadrinhos que passou por isso? Sim, senhores o próprio Tony Stark sucumbiu ao alcoolismo tornando-se um bêbado, ao passo para a derrocada final. E sim, tanto Tony como Downey deram a volta por cima em momentos similares. Será que ainda veremos essa fase nos próximos filmes do Vingador Dourado? Seria uma ideia interessante.
A Marvel mostra com esse filme que está sedimentado o seu ambicioso projeto: Tornar-se definitivamente uma empresa voltada para a arte sequencial - HQ e Cinema. Para tanto não mede esforços para que isso ocorra, seu grande projeto Os Vingadores pode vir a se tornar realidade logo a seguir, enquanto isso nós vamos apreciando a tranformação de heróis estáticos no papel figuras mitológicas no imaginário popular. Bom para a Marvel que segue buscando muita referência nos quadrinhos para executar seu projeto, ruim para a sua Distinta Concorrência, que continua a criar no cinema um universo paralelo a sua origem de papel.
O fato é que a Marvel vem mostrando qual o caminho para o sucesso de público em empreitadas as vezes arriscadas, aliar o que já existe, ou seja, as Histórias em Quadinhos com o cinema.