Todos nós temos uma lista (por mais que alguns neguem) dos maiores filmes não vistos. É aquela lista que você teima em acabar com ela, mas as vezes parece interminável.
Na minha lista encontrava-se um filme que sempre vi e li associado a imprensa e também a comics. Por um longo tempo Cidadão Kane viha e saía de meus planos, mas ele estava lá, latente (na verdade boa parte das listas dos "Grandes Nãos" são latentes). Mas ao ler o livro "Roteiro de Cinema e Televisão: A arte e a técnica de Imaginar, Prceber e Nrrar uma Estória" de Flavio de Campos, mais uma vez Cidadão Kane cruzou em meu caminho e decidi assisti-lo. Minha lista acabava de perder mais um dos grnades não vistos.
Ao mesmo tempo que entrava em minha vida a obra máxima de Orson Welles retornava também o texto do livro "Shazam!" de Álvaro de Moya que se chamava "O amarelo na bandeira americana.
Cidadão Kane mostra a grandiosa e decadente história do Kubla Khan dos Estados Unidos, Charles Foster Kane. Dono de uma da maiores fortunas do mundo, o narrador conta a história de um repórter que tenta descobrir o singnificado da palavra Rosebud, as últimas palavras do cidadão Kane. Em forma de flashback a narração começa da morte de Charles, voltando ao início de sua vida, passando pela infância, a assenção chegando ao isolamento, a queda.
O filme por si só é belo. Bem Contruído, pontos de câmeras bem montado, fotografia praticamente impecável, um roteiro apurado e a direção de Orson Welles é invejável. Não é a toa que é considerado por muitos um dos três, se não dois melhores filmes de todos os tempos.
Mas não para vencer "Oscares" suficientes para coroar essa obra, ganhou 1 de melhor roteiro original. É que Welles enfrentou ninguém mais, ninguém menos que o homem que inspirou Orson a fazer Cidadão Kane, Randolph Hearst. Este não gostando do modo como foi exposto, protagonizou uma das maiores batalhas já vistas na mídia, resultado: Orson Welles nunca mais conseguiu fazer nada a altura de Cidadão Kane e Hearst tornou-se o que Welles tinha previsto em seu brilante filme, um homem isolado e ignorado pelo mundo, lembrado agora apenas pelo filme que quis destruir.
Randolph Hearst (o cidadão Kane) e Pulitzer contracenaram ( na vida real) outra batalha, mas agora no campo da imprensa. Desse embate sugiu o que chamam de Boom da imprensa americana. No final do século XIX e início do século XX Hearst e Pulitzer degladiaram-se por maio venda de jornais. Os dois popularizaram a imprensa escrita, mas Hearst foi muito mais além, se a notícia não acontecia ele fazia acontecer, resa a lenda que foi ele quem começou a guerra contra a Espanha em 1898. Surge a imprensa sensacionalista.
Mas os jornais precisavam vender mais, alcançara um público cada vez mais popular. Os jornais durante a semana vendia bem e cresciam vertinosamente, mas aos domingos era um fracasso. Também, quem sairia domingo para ir até uma banca se o hábito era de, ao caminho do trabalho, comprar um jornal? Surgem então os suplementos dominicais coloridos e em 1895 nasceno New York World o primeiro personagem periódico em quadrinhos dos Estados Unidos: O Menino Amarelo.
Nesse momento histórico "nasciam duas coisas importantes: os comics como concebemos hoje, com personagens periódicos e seriados; e o termo "jornalismo amarelo" para designar imprensa sensasionalista, em busca do sucesso fácil com o grande público". Está certo que quando chegou no Brasil o camisolão amarelo do menino desbotou e ficou marrom, mas é amarelo, está lá no filme Cidadão Kane quando o narrador dá notícia do óbito: "... and the Great Yellow journalist himself live to be history...".
O Menino Amarelo também iria motivar um dos primeiros processos autoriais da imprensa quando o personagem se transferiu do World de Pulitzer para o New Journal de Hearst (o próprio Kane), o que eu chamaria de espólio de grerra.
Começando com Orson Welles na batalha por seu filme, da luta de Hearst contra Pulitzer e chegando ao Menino Amarelo é fácil imaginar porque Cidadão Kane é um dos maiores filmes de todos os tempos, pois não retrataa história apenas de um magnata da imprensa, ele conta a história do surgimento do jornal como conhecemos hojee para os fãs de Histórias em Quadrinhos, os comics por meio do Menino Amarelo.