A chave, a chave, onde ela deixa a chave? Só quero sair, ir trabalhar, ouvir o chefe me xingar, esse tipo de coisa. Nada de "bom dia amor, estou indo trabalhar" (com direito a enfeites de coraçãozinhos e florzinhas voando ao redor dos enamorados).
Onde está? Onde? Onde... Ops! Ouço um movimento na cama. Ela acordou.
- Onde você vai? - Sua voz soa muito mais do que uma mera pergunta. São nestes momentos que o se humano é supremo. Se sair de fininho não dá certo, alternativa B (sempre tenha uma alternativa b)
- Desculpe, amor - a parte do amor é proposital para dar uma amenizada na cobrança - Não queria te acordar você estava dormindo tão bem que seria uma injustiça contigo.
Voa um vazo em minha direção. Eu desvio. Estoura na porta. Por mais que algumas mulheres queiram ser enganadas, ainda existem algumas que não gostam muito (são bravas mulheres).
As chaves, no chão perto da porta, entre cacos de vasos, consigo achá-las. Ao fundo ouço, antes um som suave da voz romanceada se transformar em fúria realista.
Saio como fugido, calças posta, camisa se ajeitando às pressas. Pego o elevador. Ela mora no 18 andar. Entro sem olhar para tras.
Nesse momento, você leitor, deve estar se perguntando: E aé, qual o problema com ela? Era manca? Não, tinha um andar suave e esguio, cativante. Era vesga? Nunca, tinha olhos de mel e profundos, de certo modo brilhantes. Não tinha dentes? Tinha bafo? Também não. Quando sorria um mundo, inclusive eu, se entregava para ela. Então o que era? Muitas vezes, caro leitor, nos deparamos com a vida a dois, o mundo da cumplicidade conjugal, dormir na mesma cama, usar o mesmo sabonete, ter que recolher a toalha sempre após o banho, compartilhar escovas de dentes. É, realmente não estou preparado para tanto sacrifício. E combinemos, com essa humanidade que aí está eu me junto a uma legião.
Lucilie. Bela Lucilie. Térreo. Desce.
Onde está? Onde? Onde... Ops! Ouço um movimento na cama. Ela acordou.
- Onde você vai? - Sua voz soa muito mais do que uma mera pergunta. São nestes momentos que o se humano é supremo. Se sair de fininho não dá certo, alternativa B (sempre tenha uma alternativa b)
- Desculpe, amor - a parte do amor é proposital para dar uma amenizada na cobrança - Não queria te acordar você estava dormindo tão bem que seria uma injustiça contigo.
Voa um vazo em minha direção. Eu desvio. Estoura na porta. Por mais que algumas mulheres queiram ser enganadas, ainda existem algumas que não gostam muito (são bravas mulheres).
As chaves, no chão perto da porta, entre cacos de vasos, consigo achá-las. Ao fundo ouço, antes um som suave da voz romanceada se transformar em fúria realista.
Saio como fugido, calças posta, camisa se ajeitando às pressas. Pego o elevador. Ela mora no 18 andar. Entro sem olhar para tras.
Nesse momento, você leitor, deve estar se perguntando: E aé, qual o problema com ela? Era manca? Não, tinha um andar suave e esguio, cativante. Era vesga? Nunca, tinha olhos de mel e profundos, de certo modo brilhantes. Não tinha dentes? Tinha bafo? Também não. Quando sorria um mundo, inclusive eu, se entregava para ela. Então o que era? Muitas vezes, caro leitor, nos deparamos com a vida a dois, o mundo da cumplicidade conjugal, dormir na mesma cama, usar o mesmo sabonete, ter que recolher a toalha sempre após o banho, compartilhar escovas de dentes. É, realmente não estou preparado para tanto sacrifício. E combinemos, com essa humanidade que aí está eu me junto a uma legião.
Lucilie. Bela Lucilie. Térreo. Desce.