terça-feira, 27 de março de 2007

Marias

Pedro Vellas é sempre encontrado nas sextas - feiras no bar da Dona Silma. É um ponto de encontros de pessoas de pouca visibilidade social e o lugar tem um ar pesado de mofo, ou seja um inferninho. Lá ele encontra velhos amigos de bar (embora, algumas vezes ele os considere gente de pouca inteligência).
Quase sempre senta com o Pedroso, amigo inseparável de bilhar, e desta vez não foi diferente. Depois de muitas bebidas e pouco papo. Pedro e Pedroso viram uma loira de boas proporções com um conhecido do futebol local. Alguém atrás deles disse:
- Lá vai a Maria chuteira!
Pedro olhou para seu amigo Pedroso e foi logo lascando:
- Não se fazem mais Marias como antigamente, não é amigo?
- É. - respondeu Pedroso com um "é" esticado balançando a cabeça em concordância.
- Veja bem, a Maria, a Virgem, foi precursora de santas de famas internacionais. Concorda comigo?
- É. - mais um daqueles "és".
- Antigamente davam nomes como Nossa Senhora de Guadalupe, Nossa Senhora de Fátima
- Tem também a Nossa Senhora Aparecida, aqui do Brasil.
- Pois é, quando se podia imaginar que as Marias iriam se tornar algo tão...
- Pejorativo?
- Nome muito pomposo para pouco glamour. Talves caídasso mesmo.
- É parece que caidasso é mesmo o nome para as Marias de hoje em dia.
- Marias, Marias, veja só, agora temos as Marias Chuteiras. Aquelas tipinhas que encontram no futebol os homen$ de sua vida. Tu viu o caso do Amaral? Meu, o cara é muito e feio e olha só...
- Pois é, conseguiu uma japa bem chegada
- Eu acho que foi o contrário, ela pegou ele. Quando você acha que ele iria pegar alguma coisa com aquela carinha (carinha é um modo carinhoso para dizer o quanto é feio).
- Ela disse que ele era muito simpático (acredito) e adorava o seu humor (era de se rolar de tanto rir).
- Eu sou simpático e conto piadas como pouco. E me pergunta se eu tenho umas japinha top model?
- Você tem uma japinha chegada?
- Nem mulher eu tenho. Você já ouviu falar em Marias butequeiras?
- Não.
- Pois é, nem eu.
- E as Marias Gasolinas.
- Essas são as clássicas. Gostam de carro pois não querem gastar seus lindos corpinhos se esfregando em lotação ou ónibus (imagina a gastação que dá).
- Tem também as Marias brejeiras.
- Ah sim, mas isso é explicado. É que no fundamental elas substituem as ovelhas no barranco.
- A pois é.
- Não se fazem mais Marias como antigamente. Veja só, de Virgem Maria para Marias Marias.
- Não sei onde esse mundo vai parar.
- Verdade. Qualquer hora vão estar denegrindo a imagem do filho do Homem.
- Ah, mas isso já estão fazendo. Só não tem coragem para jogar na lama o nome.
- Ué, porque?
- O Homem lá em cima até aguenta a chacota com a pobre da Maria. Ela não era casada com ele mesmo. O José que lave sua honra. Mas vai mexer com o Filho do Cara, mexe!

quinta-feira, 15 de março de 2007

Traição Literária

Eu traí, admito. Não é fácil. A tentação é grande. E quando o romance é morno, torna-se inevitável. Foi o que aconteceu no meu último caso. Estava eu lá envolvido em um romance filosófico no Mundo de Sofia (A filosofia me atrai de uma forma estranha) quando me deparei com um romance de Cem Anos de Solidão. Foi amor a primeira lida.
Vinha de um romance morno e que muitas vezes o monólogo de Sofia me trazia inevitavelmente a monotonia. Estava triste pois as discussões sobre a existência e não existência do homem me intrigava. No começo tudo foram amores. Embebidos em suas folhas descobria coisas magníficas do saber (era glorioso). Porém o quente foi amornando e pouco a pouco fui sendo seduzido por outras letras (algumas possuíam imagens).
Então conheci Cem Anos de Solidão, o seu tom fantástico, sua vida solitária me comoveram de tal forma que foi inevitável a traição. Troquei o livro (sem terminar) O Mundo de Sofia por Cem anos de Solidão de Gabriel Garcia Marques (recomendo).
Não que eu já não tenha feito isso antes (fiz muito isso na Universidade), mas quando envolve prazer literária, a traição chega a ser até um certo pecado grave.
Tudo bem, tudo bem, tem os quadrinhos, é claro. Mas eles são tão naturais em minha vida que... Acho que há um engano terrível aqui!! Traio meus quadrinhos com outras literaturas na maior cara de pau (acho). Não, não, tenho que pensar que são tipos de amores diferentes, que a literatura dos quadrinhos são direrentes de literatura romântica. É como gostar de música e pular de para - quedas, dá para conviver com os dois amores, mas juntos pode se tornar um risco perigoso.
Bom, vá lá sou apaixonado por estes dois meios de leitura. É inevitável. São dois tipos de literaturas prazeirosas e fantásticamente bem elaboradas (não cabe aqui aquelas leituras de auto - ajuda).
E quanto ao Gabriel Garcia Marques... Vai bem. Mas as vezes me dá uma Solidão.
Outra hora eu falo (escrevo) mais sobre isso. Por enquanto vou apreciando as solitudes páginas.

domingo, 4 de março de 2007

Criando uma cidade III- Lúcifer e Manakel

Lúcifer fora o anjo mais próximo de Deus. Sua proximidade lhe deu uma visão diferente de todos os os outros. Conhecera o mal e desafiou seu criador. Por isso fora jogado, junto com dissidentes à Terra. Punição ou uma nova medida para o anjo rebelde? Deus vingativo ou misericordioso?
Dotado de todas os poderes dos seres humanos, menos o da mortalidade, Lúcifer tem (o que ele acretida ser) uma tarefa inigualável: receber todos os anjos caídos na terra. Assim ele conhece Manakel, a última anjo rebelde. Uma jovem confusa, e agora mortal.
Ela tem que convier com as angústias da mortalidade e com as quase infinitas compreenção do ser - humano e com ela está Lúfifer que a quer persuadir, enfrentar, conquistar.
Uma balhalha está para começar e não serão vidas que irão pagar, mas uma alma (muito mas daquelas religiosas). Aqui o homem poder perder a sua crença no que sempre lhe ensinaram.
Soturno acaba de acordar com uma bela e delicada mulher, Lucile. Seu perfume penetra por todos os poros de Vinícius. Mas acredite, ele irá esquece-la.