Como arte sequencial sua origem extravasa o tempo, e começa na idade da pedra, onde o homem pintou as paredes das cavernas em que vivia e nos legou a imagem simples e direta das figuras de homens em caças, em danças, imagens que narravam sequencialmente o cotidiano da humanidade pré-histórica. A linguagem, a comunicação era icônica. Os hierógriflos misturavam-se já, imagem e letras formando histórias, são por esses hieróglifos que conhecemos a história dos egípcios, por exemplo. A bíblia de Gutemberg é uma verdadeira revolução unindo linguagem verbal e não verbal, mas nada se compara a um conjunto de cenas do Trinity College Library, em Cambrige, extraído do manuscrito do Apocalipse é tão revelador. Nele cenas de anjos no céu falam em balões de texto aos homens da terra. Em quadros sequenciais vemos, pela primeira vez os quadrinhos tal como conhecemos hoje sendo produzido em 1230.
Demos um salto, avançamos no tempo. A humanidade vive seu período mais brilhante, depois do iluminismo, as revoluções francesas e americana, a última revolução industrial nos mostra uma face imprecionante: A descoberta da impressão. Os folhetins ilustrados, romances seriados, eram vendidos de porta em porta, regularmente, como novelas de hoje na tv. Os crimes da época eram vendidos em posters nas feiras populares, como a literatura de cordel no nordeste brasileiro. As imagens de bandidos procurados são destacados em postes às centenas, Charles Dickens edita o Pickwick Paper, Topffer, pintor suíço, produz a Les Amours de Monsieur Viex-bois, hoffmann Publica Struwwelpeter, um menino distraído e desobediente e surge na alemenha pelas mãos de Wilhem Busch o primeiro personagem em ilustração em continuação: Max und Moritz.
Continua em: Charles Dickens, Topffer e Wilhelm Busch.