O II Congresso Internacional de Inovação criou no seu espaço uma ampla discussão sobre os processos inovadores no mercado econômico, pouco foi discutido sobre inovação social e o papel da sociedade civil organizada no processo de inovação. Percebe-se que ainda há uma tendência clara de pensar inovação somente como mercado econômico, sem pensar nas relações interpessoais que estão surgindo cada vez mais e potencializando o capital humano.
Parece ser consenso que investir na educação como processo para alavancar a inovação nos seus mais diferentes espaços é de fundamental importância, porém segue a questão de como investir e planejar essa área tão estratégica para a inovação. Prossegue as discussões que os incrementos nas pesquisas, principalmente em universidades, passam a ser um viés importante, porém é nesse quesito que existe uma proposta em aberta.
As universidades e instituições de ensino defendem que seus estudos e pesquisas, independente do indivíduo pesquisador, pertencem à universidade, principalmente no que diz respeito às públicas. Da mesma forma, a indústria, advoga que as pesquisas de relevância inovadora devem servir aos interesses do mercado, visto a importância estratégica para o crescimento econômico. O estado, por sua vez tenta regular e mediar essa discussão, e o que tem acontecido é que boa parte das patentes sobre inovação estão ficando cada vez mais para às universidades e instituições de pesquisa, dando-as um poder importante dentro da relação estado, indústria e universidade. Ao que parece a hélice tríplice ainda não alçou vôo devido ao clareamento do papel que tem cada um dos três elementos.
No que diz respeito às pesquisas e patentes por parte do setor público, um exemplo a ser citado é o de biotecnologia. Nessa área, as instituições de pesquisa pública correspondem a 10 vezes mais que a privada e na Europa 23,8% das patentes sobre essas pesquisas são públicas, o que deixa, segundo a observação de alguns industriais, o setor privado refém do estado. Eles entendem que o estado, as universidade e instituições de pesquisa pública devem servir ao interesse privado, sem ônus.
A biotecnologia vem crescendo no vácuo cada vez maior da produção de petróleo que chegou a uma estabilidade de produção e está dando sinais claros de queda. Além do mais, os países ricos e ditos emergentes não se permitem mais ficarem reféns de Estados que concentram maior parte de energia fóssil. Países esses que cotidianamente encontram-se em conflito aumentando a tensão internacional, exemplos disso não faltam, Venezuela, Arábia Saudita, Iraque, etc.
Portanto, a volatilidade do petróleo e falta de capacidade de produção uniforme tornaram-se importantes fatores para a produção de outras alternativas de energia. O Brasil, no investimento em pesquisa com o biodiesel, tem dado mostras importantes nessa direção, porém, a comunidade internacional, apesar de aplaudir os estudos de pesquisa brasileira, afirmam que o biodiesel tem baixo valor energético, e que é necessário desenvolver outros meios de produção com maior valor.
Exemplos como energia eólica e solar ainda são alternativas, mas permanecem sendo de alto custo, sendo que precisam de uma grande área territorial, o que tem tornado, ainda, muito problemático a sua implantação em larga escala.
Ainda, o investimento em mão de obra para pesquisas de energias sustentáveis devem ser o foco dos próximos anos. Mesmo como a queda dos transgênicos na crise da moratória em 1999, o crescimento nas pesquisas sobre biotecnologia tem crescido muito. Porém o investimento ainda é alto e as indústrias, ditas grandes, não tem dado suporte suficiente para investimentos nesse campo, ocasionando uma abertura significativa para empresas de pequeno e médio porte se inserirem fortemente no mercado. Esse alto preço de investimento tem forçado o estado a propor políticas públicas conduzindo para a pesquisa.
Logo, para se ter um desenvolvimento sustentável precisa-se de lastro para ter maior investimento em educação dando prioridade para ciência, tecnologia e inovação, induzindo e fomentando a pesquisa científica e tecnológica. Para tal desenvolvimento é preciso ter recursos financeiros, estrutura compatível, ter trabalhos, centros de pesquisa, empresários e governo trabalhando como hélice tríplice, políticas coerentes com condições de investimentos, legislação moderna e fiscalização por meio de um arcabouço legal ágil e dinâmico. Um exemplo disso são as novas leis e programas estaduais sobre inovação como o Pró – Inovação RS, a lei de Inovação do estado, onde empresas inovadoras terão aproveitamento de desconto no ICMS e por parte do Ministério de Ciência e Tecnologia, a criação da Secretaria Nacional de Inovação e seus desdobramentos.
Para se ter uma sociedade inovadora é preciso a construção do conhecimento tácito para o explícito por meio de cooperação entre sociedade, universidade, empresas, entidades e governo. Dando a todos apoio e observância sobre a educação e a ciência. Como inovar nesse processo? Há um entendimento que é preciso inovar em conhecimento.
Para se ter uma ambiente favorável à inovação é preciso pensar inovação de processos, se incorporar às evoluções que o mercado exige. Para isso é preciso ajustar o comportamento gerencial e estimular atitudes inovadoras. A indústria deve se organizar por meio de inovação e melhorias para se manter no mercado. Acrescenta-se também a uma forma para medir o índice de inovação, incluindo métodos que meçam competência e capacidade para se ajustar. Nesse caminho não é mais possível conciliar juros altos com incentivos a inovação, logo, os desafios da gestão pública estão em resolver tais problemas no entrave para inovação.
O Brasil, apesar de alguns avanços, ainda está aquém do que é posto. No ranking mundial o país encontrar-se em 70ª lugar em IDH e é posição 56ª em competitividade. A taxa de escolaridade também não é animadora, apenas 12% de jovens entre 18 e 24 anos estão na universidade, e entre 25 à 34 anos cai para 10%. Na área de engenharia, ou seja, infra-estrutura (pesquisa e estudo) apenas 5% da mão de obra está qualificada para o setor.
Também vale lembrar que em 2007 apenas 200 empresas foram beneficiadas pela Lei do Bem (lei de pró – inovação tecnológica na indústria) e em 2008 apenas 34 operações foram contratadas para busca de recursos junto ao FINEP. Demonstrando que o sistema de inovação do país ainda é elitizado, pois somente quem detém as informações e os caminhos conseguem recursos e facilidades, ou seja, somente quem consegue é quem tem um alto poder aquisitivo para contratar pessoas ou consultorias para isso.
Inovação não é o fim, é o meio, por isso devem ser feitas estratégias para massificar o comportamento empresarial em direção a inovação. O estado deve trabalhar com conceitos de governança, gerenciando os processos como agenda estratégica, e tendo a premissa de inovação comportamental.
Na era do conhecimento é preciso definir, principalmente, o papel da universidade. Existe uma corrente que discute a possibilidade de ter cadeiras de empreendedorismo em todos os cursos de graduação, pois por mais que não se empreenda, todos têm que saber seu papel no processo (exemplo clássico do trabalhador que aperta o parafuso e não conhece ou compreende o todo).
O estado deve propor políticas públicas para o setor de inovação e manter a longo prazo tais políticas. A indústria deve estar pronta a inovar nos seus meios de produção. Para isso é necessário investir em uma infra-estrutura nacional, sem a qual não há inovação. Não basta apenas pequenas e médias empresas inovarem de forma isolada, é preciso uma articulação para definir a participação dos elementos sociais, e nesse ponto, a atuação do estado é fundamental.
Por falta de disciplina 96% dos esforços de inovação fracassam. Para inovar é preciso ter princípios, como prestar atenção em novas vozes fora e dentro do meio, incentivar e estimular novas perspectivas (deixar fluir tempestades de idéias), derrubar as ortodoxias nas instituições, colocar-se dentro da cabeça (ex: como a dona de casa pensa, quais suas necessidades, o que ela faz, etc) e pensar na necessidade dos consumidores dentro da cadeia (ex: hospital, do atendimento, ao exame).
Nesse caminho pensar uma política financeira é preciso. Há um apontamento para fundos de capital de risco híbrido, onde estado e indústria assumem seus papéis na produção de inovação. Algumas observações foram levantadas como a não existência de uma distribuição uniforme de recursos financeiros e que a internacionalização da inovação causa desuniformidade na aplicação de crédito.
Mesmo assim, por mais que existam investimentos diferenciados, devido, as capacidades econômicas, a globalização está otimizando as cadeias de valor a nível mundial, deixando menos espaços para iniciativas regionais locais, portanto pensar inovação como processo mundial é de fundamental importância. Mesmo assim, não se devem descartar as diferenças regionais.
Devem-se incorporar as mais recentes tecnologias, adicionando serviços avançados e também fortalecimento no campo global. Podemos dar um exemplo: Se a China vende câmeras de vigilância, por exemplo, outro país, ou região investe no serviço de instalação e vice e versa. Pensar em prestação de serviço ajuda a agregar valor no que é disponibilizado no mercado (refletir em APL’s, ou Clusters de serviços). Ou simplesmente olhar para todo o processo: fabricação – serviços (processamento, personalização e logística).
Por fim, a inovação deve estar nas novas relações entre estado, governo e indústria, como cada um está no processo, quais são as mudanças importantes para que haja melhor interação entre as organizações postas, e qual o papel da sociedade civil organizada nesse processo? Cada elemento deve potencializar sua participação na relação, e modificar-se, transmutar-se para não ficar a reboque do processo evolutivo da inovação. Portanto, urge as universidades se descompartimentalizar e pensar o conhecimento como um todo; o estado deve desburocratizar a fim de tornar-se um agente ágil e moderno frente ao volume cada vez mais crescente de demanda; e a indústria deve modernizar-se, atualizar, passar do papel de mero empregador para o papel de empreendedor de inovação.
Parece ser consenso que investir na educação como processo para alavancar a inovação nos seus mais diferentes espaços é de fundamental importância, porém segue a questão de como investir e planejar essa área tão estratégica para a inovação. Prossegue as discussões que os incrementos nas pesquisas, principalmente em universidades, passam a ser um viés importante, porém é nesse quesito que existe uma proposta em aberta.
As universidades e instituições de ensino defendem que seus estudos e pesquisas, independente do indivíduo pesquisador, pertencem à universidade, principalmente no que diz respeito às públicas. Da mesma forma, a indústria, advoga que as pesquisas de relevância inovadora devem servir aos interesses do mercado, visto a importância estratégica para o crescimento econômico. O estado, por sua vez tenta regular e mediar essa discussão, e o que tem acontecido é que boa parte das patentes sobre inovação estão ficando cada vez mais para às universidades e instituições de pesquisa, dando-as um poder importante dentro da relação estado, indústria e universidade. Ao que parece a hélice tríplice ainda não alçou vôo devido ao clareamento do papel que tem cada um dos três elementos.
No que diz respeito às pesquisas e patentes por parte do setor público, um exemplo a ser citado é o de biotecnologia. Nessa área, as instituições de pesquisa pública correspondem a 10 vezes mais que a privada e na Europa 23,8% das patentes sobre essas pesquisas são públicas, o que deixa, segundo a observação de alguns industriais, o setor privado refém do estado. Eles entendem que o estado, as universidade e instituições de pesquisa pública devem servir ao interesse privado, sem ônus.
A biotecnologia vem crescendo no vácuo cada vez maior da produção de petróleo que chegou a uma estabilidade de produção e está dando sinais claros de queda. Além do mais, os países ricos e ditos emergentes não se permitem mais ficarem reféns de Estados que concentram maior parte de energia fóssil. Países esses que cotidianamente encontram-se em conflito aumentando a tensão internacional, exemplos disso não faltam, Venezuela, Arábia Saudita, Iraque, etc.
Portanto, a volatilidade do petróleo e falta de capacidade de produção uniforme tornaram-se importantes fatores para a produção de outras alternativas de energia. O Brasil, no investimento em pesquisa com o biodiesel, tem dado mostras importantes nessa direção, porém, a comunidade internacional, apesar de aplaudir os estudos de pesquisa brasileira, afirmam que o biodiesel tem baixo valor energético, e que é necessário desenvolver outros meios de produção com maior valor.
Exemplos como energia eólica e solar ainda são alternativas, mas permanecem sendo de alto custo, sendo que precisam de uma grande área territorial, o que tem tornado, ainda, muito problemático a sua implantação em larga escala.
Ainda, o investimento em mão de obra para pesquisas de energias sustentáveis devem ser o foco dos próximos anos. Mesmo como a queda dos transgênicos na crise da moratória em 1999, o crescimento nas pesquisas sobre biotecnologia tem crescido muito. Porém o investimento ainda é alto e as indústrias, ditas grandes, não tem dado suporte suficiente para investimentos nesse campo, ocasionando uma abertura significativa para empresas de pequeno e médio porte se inserirem fortemente no mercado. Esse alto preço de investimento tem forçado o estado a propor políticas públicas conduzindo para a pesquisa.
Logo, para se ter um desenvolvimento sustentável precisa-se de lastro para ter maior investimento em educação dando prioridade para ciência, tecnologia e inovação, induzindo e fomentando a pesquisa científica e tecnológica. Para tal desenvolvimento é preciso ter recursos financeiros, estrutura compatível, ter trabalhos, centros de pesquisa, empresários e governo trabalhando como hélice tríplice, políticas coerentes com condições de investimentos, legislação moderna e fiscalização por meio de um arcabouço legal ágil e dinâmico. Um exemplo disso são as novas leis e programas estaduais sobre inovação como o Pró – Inovação RS, a lei de Inovação do estado, onde empresas inovadoras terão aproveitamento de desconto no ICMS e por parte do Ministério de Ciência e Tecnologia, a criação da Secretaria Nacional de Inovação e seus desdobramentos.
Para se ter uma sociedade inovadora é preciso a construção do conhecimento tácito para o explícito por meio de cooperação entre sociedade, universidade, empresas, entidades e governo. Dando a todos apoio e observância sobre a educação e a ciência. Como inovar nesse processo? Há um entendimento que é preciso inovar em conhecimento.
Para se ter uma ambiente favorável à inovação é preciso pensar inovação de processos, se incorporar às evoluções que o mercado exige. Para isso é preciso ajustar o comportamento gerencial e estimular atitudes inovadoras. A indústria deve se organizar por meio de inovação e melhorias para se manter no mercado. Acrescenta-se também a uma forma para medir o índice de inovação, incluindo métodos que meçam competência e capacidade para se ajustar. Nesse caminho não é mais possível conciliar juros altos com incentivos a inovação, logo, os desafios da gestão pública estão em resolver tais problemas no entrave para inovação.
O Brasil, apesar de alguns avanços, ainda está aquém do que é posto. No ranking mundial o país encontrar-se em 70ª lugar em IDH e é posição 56ª em competitividade. A taxa de escolaridade também não é animadora, apenas 12% de jovens entre 18 e 24 anos estão na universidade, e entre 25 à 34 anos cai para 10%. Na área de engenharia, ou seja, infra-estrutura (pesquisa e estudo) apenas 5% da mão de obra está qualificada para o setor.
Também vale lembrar que em 2007 apenas 200 empresas foram beneficiadas pela Lei do Bem (lei de pró – inovação tecnológica na indústria) e em 2008 apenas 34 operações foram contratadas para busca de recursos junto ao FINEP. Demonstrando que o sistema de inovação do país ainda é elitizado, pois somente quem detém as informações e os caminhos conseguem recursos e facilidades, ou seja, somente quem consegue é quem tem um alto poder aquisitivo para contratar pessoas ou consultorias para isso.
Inovação não é o fim, é o meio, por isso devem ser feitas estratégias para massificar o comportamento empresarial em direção a inovação. O estado deve trabalhar com conceitos de governança, gerenciando os processos como agenda estratégica, e tendo a premissa de inovação comportamental.
Na era do conhecimento é preciso definir, principalmente, o papel da universidade. Existe uma corrente que discute a possibilidade de ter cadeiras de empreendedorismo em todos os cursos de graduação, pois por mais que não se empreenda, todos têm que saber seu papel no processo (exemplo clássico do trabalhador que aperta o parafuso e não conhece ou compreende o todo).
O estado deve propor políticas públicas para o setor de inovação e manter a longo prazo tais políticas. A indústria deve estar pronta a inovar nos seus meios de produção. Para isso é necessário investir em uma infra-estrutura nacional, sem a qual não há inovação. Não basta apenas pequenas e médias empresas inovarem de forma isolada, é preciso uma articulação para definir a participação dos elementos sociais, e nesse ponto, a atuação do estado é fundamental.
Por falta de disciplina 96% dos esforços de inovação fracassam. Para inovar é preciso ter princípios, como prestar atenção em novas vozes fora e dentro do meio, incentivar e estimular novas perspectivas (deixar fluir tempestades de idéias), derrubar as ortodoxias nas instituições, colocar-se dentro da cabeça (ex: como a dona de casa pensa, quais suas necessidades, o que ela faz, etc) e pensar na necessidade dos consumidores dentro da cadeia (ex: hospital, do atendimento, ao exame).
Nesse caminho pensar uma política financeira é preciso. Há um apontamento para fundos de capital de risco híbrido, onde estado e indústria assumem seus papéis na produção de inovação. Algumas observações foram levantadas como a não existência de uma distribuição uniforme de recursos financeiros e que a internacionalização da inovação causa desuniformidade na aplicação de crédito.
Mesmo assim, por mais que existam investimentos diferenciados, devido, as capacidades econômicas, a globalização está otimizando as cadeias de valor a nível mundial, deixando menos espaços para iniciativas regionais locais, portanto pensar inovação como processo mundial é de fundamental importância. Mesmo assim, não se devem descartar as diferenças regionais.
Devem-se incorporar as mais recentes tecnologias, adicionando serviços avançados e também fortalecimento no campo global. Podemos dar um exemplo: Se a China vende câmeras de vigilância, por exemplo, outro país, ou região investe no serviço de instalação e vice e versa. Pensar em prestação de serviço ajuda a agregar valor no que é disponibilizado no mercado (refletir em APL’s, ou Clusters de serviços). Ou simplesmente olhar para todo o processo: fabricação – serviços (processamento, personalização e logística).
Por fim, a inovação deve estar nas novas relações entre estado, governo e indústria, como cada um está no processo, quais são as mudanças importantes para que haja melhor interação entre as organizações postas, e qual o papel da sociedade civil organizada nesse processo? Cada elemento deve potencializar sua participação na relação, e modificar-se, transmutar-se para não ficar a reboque do processo evolutivo da inovação. Portanto, urge as universidades se descompartimentalizar e pensar o conhecimento como um todo; o estado deve desburocratizar a fim de tornar-se um agente ágil e moderno frente ao volume cada vez mais crescente de demanda; e a indústria deve modernizar-se, atualizar, passar do papel de mero empregador para o papel de empreendedor de inovação.