quarta-feira, 25 de abril de 2007

Conto das Histórias em Quadrinhos

Eu era um cara que tinha uma turma de amigos que adorava Histórias em Quadrinhos. Todos tinham, em algum momento de suas vidas, cruzado com as HQ's de forma a nos marcar definitivamente. Meus amigos sabiam desenhar como poucos e eu não.
Descobri que a escrita se ensinuava para mim de forma prazerosa. Portanto decidi escrever. A princípio por não saber desenhar e eu queria (e como queria) ser no mínimo igual aos meus amigos. Por isso escrevia.
Comecei a criar histórias que davam vida a muitos personagens que me parecia, algumas vezes, surreal. Pouco a pouco escrevi anjos em guerra pela tomada da razão e tombando perante o pecado, um cara chamado Soturno que tendo uma visão cômica da vida punia seus vilões de forma soturna, um grupo de Atacantes que buscavam defender um mundo distorcido por um louco chamado Rênio que jurava dizer que alterava a realidade. Também tinha um jovem ronin que viu sua família ser exterminada por uma luta de terras.
Tudo, absolutamente tudo estava ali no papel escrito a custo de uma curiosidade transloucada. Apenas escrito.
Foi então que descobri a noção exata da palavra amigo. Todos eles deram um aspecto visual a minhas criações. Quando as vi ali no papel desenhados, percebi como Fantasma era assustador, o quanto Soturno era poeta do cotidiano por representa-lo de forma tão imediata a sua vida e o quanto o jovem ronin era triste.
Transportar o que tinha escrito para o desenho e com sequências narrativas vivas em quadros me fez ver uma outra perspectiva dos Quadrinhos e também de meus amigos. Descobri que dos quadrinhos deveria seguir uma sequência sem trair nunca o leitor a quem lia. Quanto aos meus amigos, hoje longe deles, descobri sequencialmente temos que manter um ritmo de amizade que nos faz crescer e fazer com que o grande arco da vida feche como uma grande grafhic novel, sempre pronta para uma outra aventura.

Uma pequena homenagem a aqueles que fazem de meus arcos da vida uma sequência ineterrupta.

terça-feira, 10 de abril de 2007

Criando uma Cidade - Rênio, um homem de pouca fé

Rênio era um homem abençoado.
Havia recebido, segundo seus pais evangélicos, a graça divina de
alterar o seu mundo. Dádiva essa que fez com que ele começasse a fazer
pequenas alterações para o prazer do que seus pais o haviam ensinado.
pouco a pouco seu mundo foi se alterando em um paraíso divino, cheio de
ordas celestiais e com a presença divina (segundo o que lhes haviam
ensinado). Lentamente seus amigos formam mudando, suas brincadeiras
foram acabando e finalmente seu mundo setranformou em algo que não mais reconhecia.
Mudou,
tentou então recuperar o seu mundo perdido e ao tentar descobriu que
tinha refeito um mundo que apenas ele reconhecia, não seus amigos, ou a
boa gente da cidade. Todos atuavam segundo as suas lembranças. Percebeu que aquilo lhe pareceu falso (mas era ele que havia criado). Então, Rênio em grande fúria deixou livre a criação para terem seus próprios designos
, ele não era o Deus que seus pais haviam lhe dito, pesava muito sobre
ele o fato de que nenhuma realidade era a sua e ao mesmo tempo todas
eram. E assim esse mundo passou a existir, sujo, lindo, glorioso,
desgraçado.
Enquanto isso Rênio observa o mundo, não mais seu, e
fustigado por uma imensa dor interior jogou-se ao submundo sendo
encontrado em lugares escuros e sujos, bares imundos de gente que como
ele enlouqueceu pela pela sua própria mão. Hoje ele está em algum lugar
procurando alguém para salvar, não mudar sua vida, apenas brincar com
as possibilidades da realidade.
Foi assim que conheceu Sofia, uma mulher que em apuros viu Rênio jogado em uma sarjeta e quando tentava ajudá-lo foi atacada por três homens bêbados que lhe arracaram a roupa e quando a espancavam, Rênio acordou de um sõno
ébrio e quis brincar com os malfeitores. Primeiro sumiu com a perna do
mais alto que estava para dar um chute no rosto de Sofia, depois transformou
o gordo que tirava as calças em uma mulher de pouca roupa e beleza,
cheia de pelos. O último viu sua filha ali postada no chão e chorou
como um bebê no canto daquele beco fétido
Sofia que acompanhava a tudo viu Rênio ali no chão e então ela o abraçou em prantos. Rênio só teve tempo de vomitar e desmaiar nos braços da sabedoria.